Uma almofada de R$ 18 mil para a prefeitura do Rio de Janeiro
O vereador Pedro Duarte (Novo-RJ) está fiscalizando o caso e pediu acesso à íntegra do processo de compra do objeto
O vereador Pedro Duarte (Novo-RJ) enviou à Prefeitura do Rio de Janeiro um requerimento de informação sobre a compra de uma almofada no valor de R$ 18 mil. Segundo o processo que autorizou a aquisição, o item será utilizado para revestir um “banco orgânico”, termo utilizado para se referir aos bancos feitos artesanalmente com madeira maciça. O banco está localizado na sala de espera de um espaço destinado ao atendimento da dívida ativa do município.
O Antagonista obteve acesso ao processo parcial de compra da almofada por meio do gabinete do vereador Pedro Duarte, uma vez que os detalhes da aquisição não estão disponíveis para consulta no site da prefeitura.
O gabinete do parlamentar pediu que em 24 horas a Procuradoria Geral do Município (PGM) do Rio de Janeiro seja oficiada para disponibilizar a cópia integral do processo.
“Superdespesas” e “supersálarios”
A prefeitura do Rio de Janeiro também está envolta em polêmica sobre a remuneração de servidores. Como mostramos, o prefeito Eduardo Paes disse aos internautas que iria recorrer de uma decisão do Órgão Especial do TJ que mandou a prefeitura cessar imediatamente o pagamento de cargos comissionados e de confiança (de até R$ 18 mil) a milhares de servidores municipais.
Acontece que grande parte desses servidores ocupou tais postos por indicação política e em caráter provisório ao longo do governo Marcello Crivella (2017-2020), autor da lei, e nas duas gestões que o antecederam (governos Eduardo Paes).
Os beneficiados conseguiram uma benesse a que a maioria do funcionalismo não tem acesso: aumentos de até 270% dos salários normais, segundo levantamento do gabinete do vereador Pedro Duarte (Novo), autor da ação no TJ.
Há o caso, por exemplo, de um agente de administração (nível médio) que incorporou uma gratificação de R$ 14.847 ao salário de R$ 5.460. Já uma inspetora de alunos, após conseguir um cargo comissionado, alcançou um salário de R$ 11.345, muito superior aos vencimentos normais do cargo, entre R$ 1900 e R$ 3100.
O mesmo Tribunal de Justiça já tinha considerado inconstitucional a lei que embasava as incorporações. Proposta por Crivella e defendida por Paes agora, a legislação tinha sido aprovada a toque de caixa na cidade do Rio em outubro de 2019, num expediente para driblar as restrições da Emenda Constitucional 103/2019, aprovada um mês depois.
Como estão as eleições no Rio de Janeiro?
O prefeito do Rio de Janeiro ampliou a vantagem que tinha sobre o deputado Alexandre Ramagem (PL), indicando que pode ser reeleito ainda em primeiro turno, conforme pesquisa AtlasIntel divulgada nesta segunda-feira, 23. O resultado, contudo, destoa do que indicaram as demais sondagens sobre a disputa pela prefeitura da cidade do Rio de Janeiro na semana passada.
Segundo o levantamento, Paes lidera no Rio com 48,6% das intenções de voto, enquanto Ramagem tem 32%. Na sequência, aparecem Tarcísio Motta (PSOL), com 8,9%, e Carol Sponza (Novo), com 3,4%. Os demais candidatos não chegam a 1%.
Brancos e nulos são 2,5% e indecisos, 2,7%.
Na pesquisa anterior, realizada em agosto, Eduardo Paes tinha 45,8% das intenções de voto e Ramagem, 32,3%.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)