Um mês para planejar em paz a fuga de Mossoró
Corregedoria da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) apura por que a cela dos detentos que fugiram ficou pelo menos 30 dias sem passar por revista
As buscas pelos dois primeiros detentos que conseguiram escapar de uma penitenciária federal de segurança máxima no Basil completam 48 dias nesta segunda-feira, 1º. A demora para encontrar Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Martelo, e Deibson Cabral Nascimento, o Tatu, aumenta progressivamente a desmoralização das autoridades federais. E as investigações vão deixando cada vez mais claro como eles conseguiram fugir.
A corregedoria da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) apura por que a cela dos detentos ficou pelo menos 30 dias sem passar por revista, informa o site Metrópoles. Esse procedimento deveria ser realizado diariamente pelos policiais penais.
Essa falha se soma a várias outras já identificadas. Há um mês, o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou a abertura de licitação para comprar 10 mil câmeras para vigilância. Relatório feito no dia anterior à fuga de dois presos da penitenciária de segurança máxima de Mossoró apontava que câmeras estavam inoperantes no local e várias alas apresentam pontos cegos, sem monitoramento.
Promessas
O próprio ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, encarregou-se de expor em entrevista coletiva outras falhas, como iluminação inadequada dos corredores da penitenciária e a forma como eram guardadas as ferramentas utilizadas em uma reforma que era realizada no pátio.
Após o caso, Lewandowski anunciou um pacote de medidas que seriam adotadas nos cinco complexos de segurança máxima controlados pelo governo federal.
“Não imaginamos que tenha sido algo arquitetado com dinheiro. Foi uma fuga que custou muito barato e foi efetuada com o que foi encontrado no local. Eles conseguiram [um alicate] porque estava jogado num canteiro de obras. [As ferramentas] deveriam estar trancadas numa arca, num baú, longe dos presos”, resumiu o ministro.
Comando Vermelho
Os dois fugitivos, que conseguem se esquivar da polícia há quase dois meses, são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que cumpria pena no mesmo presídio de onde eles escaparam, mas foi transferido no início de março para a penitenciária de Catanduvas, no Paraná.
A força-tarefa destacada para encontrar os fugitivos já foi desmobilizada. O trabalho de buscas agora cabe à Polícia Federal.
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