Um gabinete do ódio contra Arthur Lira?
A defesa de Lira diz haver um “movimento orgânico, encadeado, de divulgação de notícia mentirosa” contra o presidente da Câmara, recuperando acusações de sua ex-esposa
Diante da discussão sobre o PL do Aborto, cujo regime de urgência foi aprovado e posteriormente engavetado para o segundo semestre, a defesa de Arthur Lira (PP-AL) diz haver um “movimento orgânico, encadeado, de divulgação de notícia mentirosa” contra o presidente da Câmara, orquestrado por um “gabinete do ódio” no campo da esquerda para atingir a imagem do parlamentar, registrou O Globo.
Em resposta a esse possível movimento, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira, 18, a retirada do ar de dois vídeos e uma matéria jornalística em que Jullyene Lins, ex-mulher de Lira, acusa o político de agressão física, estupro e envolvimento em corrupção.
Os vídeos foram publicados pelo canal da Folha de S.Paulo no YouTube, enquanto a matéria foi ao ar no portal Terra. Dois blogs também foram atingidos pela decisão.
Moraes deu um prazo de duas horas para que o conteúdo fosse retirado do ar, sob pena de multa diária de 100 mil reais.
Na quinta, 13, o ministro do Supremo já havia determinado a remoção de um perfil no X que chamou Lira de “estuprador”.
A acusação da esposa de Lira
Em entrevista a Constança Rezende, exibida em 14 de janeiro de 2021 pela Folha, Jullyene Lins disse que sofreu “violência psicológica” do ex-marido.
A ex-esposa de Lira também alegou ter sido ameaçada por Lira, justificando assim sua mudança de versão sobre uma suposta agressão, em 2006.
Em 2015, a Segunda Turma do STF absolveu Lira, concluindo não haver provas de que Julyenne tivesse sido agredida.
Outras publicações
Moraes também mandou retirar do ar um vídeo publicado no Youtube pelo canal Mídia Ninja, em 7 de junho de 2023, e uma reportagem do Terra, de 17 de julho de 2023, em que Julyenne Lins acusa o presidente da Câmara de estupro.
Até a noite de terça, o vídeo tinha 453,9 mil visualizações na rede social.
Já a matéria do Terra resume uma reportagem veiculada pela Agência Pública em junho de 2023, quando Jullyene acusou Lira pela primeira vez de tê-la violentado sexualmente. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal já havia mandado retirar do ar a reportagem da Agência Pública, decisão que foi mantida por Moraes.
Lira coloca PL do Aborto na gaveta
Após reunião do colégio de líderes, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou na terça, 18, que vai criar uma comissão parlamentar para discutir o projeto de lei que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio.
Lira ressaltou que o colegiado vai funcionar apenas no segundo semestre e que apenas em agosto fará a indicação dos integrantes da comissão. Lira disse que esse colegiado será composto por integrantes de vários partidos e que a missão desse grupo será ouvir especialistas e a sociedade civil sobre o tema.
Tudo, “sem açodamento”, nas palavras do presidente da Casa.
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