“Um empreendimento familiar ao estilo do caudilhismo bananeiro latino-americano”
O Estadão, em editorial, bateu no partido bolsonarista: “A condição para integrar a agremiação é a lealdade a Bolsonaro. Nem o PT de Lula da Silva, que se converteu numa seita, cobra tão explicitamente de seus filiados que se mantenham fiéis a seu líder...
O Estadão, em editorial, bateu no partido bolsonarista:
“A condição para integrar a agremiação é a lealdade a Bolsonaro. Nem o PT de Lula da Silva, que se converteu numa seita, cobra tão explicitamente de seus filiados que se mantenham fiéis a seu líder.
Para que não pairem dúvidas sobre o caráter personalíssimo do novo partido, a legenda terá o próprio Jair Bolsonaro como presidente e um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro, como vice. Até o caçula de Jair Bolsonaro, Jair Renan, terá lugar no comando – será vogal. Os outros dois filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) e o vereador Carlos Bolsonaro (PSC), só não estão na cúpula da legenda porque ainda não podem se desfiliar de seus respectivos partidos. Mas ambos indicaram representantes de confiança.
Ou seja, o Aliança pelo Brasil não é propriamente um partido político, mas um empreendimento familiar, ao estilo do caudilhismo bananeiro latino-americano (…).
Tudo isso faz do Aliança pelo Brasil um partido essencialmente antirrepublicano. Na doutrina tosca do bolsonarismo, não pode haver igualdade perante a lei, cerne da República, pois esta pressupõe a legitimidade de quem se opõe ao poder. Assim, quando sai em defesa das liberdades em seu manifesto, o Aliança pelo Brasil está a defender somente as liberdades daqueles que aceitarem o evangelho bolsonarista como se fosse verdade revelada. O tamanho da adesão ao novo partido e a tais ideias pode dar ao País uma noção do quanto a República brasileira ainda pode degradar-se.”
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