O diretório nacional do PSDB decidiu, nesta quarta-feira, 21, pela expulsão de Fernando Alfredo, ex-presidente do diretório municipal de São Paulo, informou a Folha de S. Paulo. Alfredo ocupou o cargo de liderança até o ano de 2023, mas sua permanência no partido se tornou insustentável após ele escolher apoiar a campanha de Ricardo Nunes, candidato do MDB à Prefeitura de São Paulo, em vez de alinhar-se com as diretrizes tucanas.

O estopim para a decisão de expulsão ocorreu após Alfredo ter apresentado um pedido de impugnação da candidatura de José Luiz Datena, que é o candidato oficial do PSDB para a prefeitura paulistana. Esse movimento foi considerado uma afronta direta à liderança do partido, especialmente porque Datena é visto como um nome de peso nas eleições municipais.

Segundo o PSDB, a ação de Alfredo violou diretamente os princípios éticos e a disciplina interna da legenda, comprometendo a fidelidade partidária e até mesmo incorrendo em infrações eleitorais. A acusação de propagação de desinformação, com o objetivo de causar tumulto dentro do partido, foi um dos pontos centrais que levou à decisão de expulsá-lo.

Críticas à conduta de Alfredo

O comunicado oficial, assinado pelo delegado nacional tucano Gustavo Kanffer, foi categórico ao afirmar que as atitudes de Fernando Alfredo eram incompatíveis com os valores do PSDB. Além de questionar a lealdade de Alfredo, o documento apontou que ele teria cometido “ofensas graves e reiteradas contra dirigentes partidários“, criando um ambiente hostil e prejudicial à coesão interna da legenda.

O pedido para sua expulsão foi encaminhado pelo atual presidente do diretório municipal do PSDB em São Paulo, José Aníbal, que também ocupa a posição de candidato a vice-prefeito na chapa de José Luiz Datena.

Aníbal destacou que a conduta de Alfredo já vinha sendo monitorada e que a decisão foi tomada para preservar a integridade e a unidade do partido em um momento crucial das eleições.

PSDB oficializa candidatura de Datena marcada por confusão

No fim do mês passado, o PSDB e o Cidadania confirmaram José Luiz Datena como candidato a prefeito de São Paulo. O apresentador anunciou o ex-senador José Aníbal como vice na sua chapa, em convenção marcada por confusão.

A convenção municipal da federação PSDB-Cidadania teve tumulto após tucanos contrários a Datena terem a entrada barrada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Um grupo do PSDB contrário à candidatura de Datena tentou entrar no plenário da Alesp, mas foi impedido por outros integrantes da convenção. A Polícia Militar chegou a ser acionada e cercou o plenário para permitir a realização da convenção.

O grupo contrário à candidatura de Datena é liderado pelo ex-presidente municipal do PSDB Fernando Alfredo, que defende que o PSDB apoie a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Os tucanos que apoiam a candidatura de Nunes ficaram do lado de fora do plenário e depois protestaram nos arredores da Alesp. 

Após a convenção, Datena bateu boca com os manifestantes da ala pró-Nunes e foi chamado, entre outras coisas, de “arregão” e “golpista”.  O grupo também jogou água e objetos no apresentador.