Tribunal do Crime do PCC executa Policial Militar com 18 tiros
Agente foi colocado em um carro escuro e levado ao morro da Vila Baiana, onde foi entregue a criminosos identificados como "PC", "PW" e "Snipe.
O soldado da Polícia Militar (PM) Luca Romano Angerami foi brutalmente assassinado com 18 tiros após ser sequestrado, julgado e condenado pelo chamado “tribunal do crime” do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O incidente ocorreu em abril de 2024, no Guarujá, litoral de São Paulo.
Um laudo do Instituto Médico Legal (IML), assinado pelo médico legista Johnny Leandro Conduta Borda Aldunate, revelou detalhes sobre o crime.
O documento, obtido pelo portal UOL, mostra que Angerami recebeu 11 tiros na região torácica direita e outros sete na região cervical direita.
A vítima também estava com um cadarço amarrado ao pescoço.
Morte de Luca Romano Angerami: Detalhes do laudo
De acordo com o laudo, Angerami ainda estava vivo quando começou a ser baleado.
Um dos tiros acertou o ventrículo esquerdo, provocando um sangramento que o levou à morte.
O corpo do soldado ficou desaparecido por mais de um mês até ser encontrado em uma cova rasa de um cemitério clandestino, na Vila Baiana, no dia 20 de maio de 2024.
O soldado da PM foi visto pela última vez na madrugada de 14 de abril, perto de uma biqueira gerenciada por Caick Santos Riachão da Silva, na Rua das Magnólias.
A câmera de segurança registrou Luca caminhando ao lado de um suspeito no local. Segundo Caick, Luca foi até lá comprar cocaína.
Tribunal do Crime do PCC executa PM com 18 tiros
Baseada em depoimentos de testemunhas e imagens colhidas durante a investigação, a Polícia Civil soube que Luca passou a tarde do dia do desaparecimento com amigos na Praia do Tombo, em um bar de sinuca, e depois em uma adega na Vila Santo Antônio.
Ainda é necessário esclarecer o que aconteceu entre a saída da adega e sua execução pelo Tribunal do Crime.
No inquérito, um amigo de infância que estava com o PM relatou ter visto Luca conversando com um indivíduo desconhecido na adega. Quando o amigo se aproximou, a conversa foi abruptamente encerrada e o estranho foi embora.
Testemunhas também afirmaram que Luca trocou mensagens pelo Instagram com uma mulher desconhecida enquanto estava na adega, levando a polícia a considerar a hipótese de uma armadilha.
Investigações apontam para envolvimento com ponto de venda de drogas
Os depoimentos dos investigados indicam que Luca chegou sozinho ao ponto de venda de droga, dirigindo um Toyota Corolla e foi arrebatado no local.
Caick e outros envolvidos afirmam que Luca comprou cocaína por R$ 15,00, sendo desarmado em seguida por traficantes que desconfiaram de sua identidade.
A investigação apontou que a pistola do PM foi entregue a Victor de Souza Miranda Santos, o BH, um dos “disciplinas” do PCC na Vila Santo Antônio.
Execução do policial militar pelo Tribunal do Crime do PCC
No depoimento de Carlos Vinícius Santos da Silva, conhecido como Malvadão, foi relatado que, após uma discussão, Luca foi colocado em um carro escuro e levado ao morro da Vila Baiana, onde foi entregue a criminosos identificados como “PC”, “PW” e “Snipe”.
Após ser submetido ao Tribunal do Crime, Luca foi torturado e executado.
Resultado das prisões
Fábio Barbosa da Silva Júnior, o Fabinho, foi capturado e confessou ter desovado o carro de Luca na Rodovia Cônego Domênico Rangoni.
Ele delatou a participação de outros dois membros do PCC: Thiago da Silva Santos, o Gardenal, e Gabriel Santos de Jesus.
Outros indivíduos, como Renato Borges de França, o Coroinha, também estão sob investigação e com prisão decretada.
Ao ser capturado, Edivaldo Aragão, de 36 anos, confessou inicialmente o crime, mas sua declaração foi desmentida e ele foi indiciado por atrapalhar a investigação.
O corpo de Luca, encontrado com as mãos amarradas e enrolado em uma lona, estava desfigurado. Uma tatuagem no braço esquerdo ajudou na identificação do PM. O desaparecimento de Luca Angerami foi tratado como homicídio desde o início.
Segundo o delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, Luca foi “executado covardemente por criminosos integrantes do PCC” simplesmente por ser policial e por estar no “lugar errado na hora errada”.
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