Tribunal derruba prisão de ex-CEO da Americanas
Decisão no Rio revoga ordem contra Miguel Gutierrez, acusado de participar de esquema de R$ 25,3 bilhões.
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio de Janeiro, revogou a ordem de prisão preventiva do ex-CEO das Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, envolvido na Operação Disclosure.
A investigação apura fraudes contábeis que somam R$ 25,3 bilhões na varejista. Em junho, Gutierrez foi detido em Madri, mas foi liberado após entregar seu passaporte. Agora, seu nome deve ser removido da lista da Interpol.
Gutierrez é acusado de participar diretamente das fraudes financeiras da empresa, tendo supostamente manipulado os resultados apresentados ao Conselho de Administração. A defesa do ex-CEO nega as acusações, afirmando que ele não tinha conhecimento de qualquer esquema ilícito. Contudo, a Polícia Federal alega ter encontrado manuscritos no iPad de Gutierrez que indicariam seu envolvimento no esquema.
A Operação Disclosure também investiga outros ex-executivos da Americanas, como Anna Christina Ramos Saicali, acusados de vender ações da empresa antes da divulgação do rombo bilionário, em janeiro do ano passado.
Bilionários negam ligação com fraude bilionária
O trio formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, conhecidos por sua participação em grandes negócios, incluindo a Americanas, negou qualquer envolvimento ou conhecimento prévio sobre as fraudes contábeis que resultaram em um rombo bilionário na empresa. Em nota conjunta, eles afirmaram que sempre atuaram com rigor ético e legal e que não permitiriam manobras fraudulentas para distorcer os resultados da companhia.
Apesar das negativas, há especulações e acusações de que eles poderiam ter tido algum nível de conhecimento sobre as irregularidades. Luiz Cezar Fernandes, ex-sócio no banco Garantia, sugeriu que práticas questionáveis poderiam ter começado desde a compra da Americanas, mas não há evidências concretas de que o trio participou diretamente das fraudes.
Além disso, a crise na Americanas levou a empresa a buscar recuperação judicial, e o trio de acionistas se comprometeu a investir na reestruturação e recapitalização da empresa para tentar salvá-la, destacando que também sofreram prejuízos como acionistas.
Os três empresários foram retratados de forma positiva no best-seller “Sonho Grande” (2013), de Cristiane Correa, que destaca suas trajetórias de sucesso e visão de negócios.
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