Tragédia em Vinhedo: gravação de voz e dados de voo foram recuperados
Chefe do Cenipa afirma que investigadores extraíram 100% das gravações de caixas-pretas do avião que caiu em Vinhedo
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa) informou neste domingo, 11 de agosto, que os investigadores conseguiram recuperar o material de voz e dados do voo 2283 da Voepass, que caiu em Vinhedo (SP) na sexta-feira.
“Conseguimos com 100% de sucesso obter as informações de voz e informações de dados que correspondem aos momentos que antecederam esse trágico evento para a sociedade”, disse o brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Cenipa.
“Isso não quer dizer que o trabalho do nosso laboratório de análise está terminado. Essa é a primeira fase”, acrescentou.
Segundo Moreno, os dois motores do avião serão analisados em São Paulo para verificar se estavam com potência no momento do acidente. Ele reafirmou que o relatório preliminar da investigação será apresentado em 30 dias.
O brigadeiro voltou a afirmar que, em nenhum momento, o voo que partiu de Cascavel (SC) fez contato de emergência com órgãos de controle de tráfego aéreo.
Como mostramos, a conclusão do resgate dos 62 mortos ocorreu na noite deste sábado, 10 de agosto. Ao todo, 34 corpos masculinos e 28 femininos foram retirados do local da tragédia e encaminhados para a unidade central do IML de São Paulo.
Esse é o maior desastre aéreo do país em número de vítimas desde 2007.
O turboélice ATR 72-500, de matrícula PS-VPB, fazia o voo 2Z-2283 de Cascavel para o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Segundo os investigadores, as informações iniciais indicam que a aeronave estava em condições de operar, e a tripulação estava com o treinamento em dia e apta para o trabalho.
As causas da queda ainda estão sendo investigadas. Ivan Sant’Anna, colunista de Crusoé e analista de aviação, avalia que pode ter havido congelamento dos comandos, levando o avião a fazer o que os especialistas chamam de “parafuso chato”.
Avião era sensível a gelo, diz Voepass
O CEO da companhia aérea Voepass, Eduardo Busch, e o diretor de operações da empresa, Marcel Moura, deram uma entrevista coletiva na sexta-feira, 9 de agosto, em Ribeirão Preto (SP) sobre o acidente que matou 62 pessoas em Vinhedo, no interior paulista, nesta tarde.
Na coletiva, Busch confirmou que o modelo da aeronave era sensível a eventuais formações de gelo nas suas asas e na fuselagem.“Situações climáticas como a de sexta-feira, em que houve a aproximação de uma frente fria, facilitam a formação de gelo”, declarou o CEO.O diretor de operações, por sua vez, não quis falar sobre as causas do acidente. “Neste momento, há muitas informações desencontradas, e qualquer declaração só alimentaria a especulação”, disse Marcel Moura.
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