Traficante que matou Tim Lopes é solto
Elizeu Felício de Souza, o "Zeu", condenado a 23 anos, usará tornozeleira eletrônica
Após 13 anos em regime fechado, Elizeu Felício de Souza, o “Zeu”, condenado pela morte do jornalista Tim Lopes, foi liberado para cumprir prisão domiciliar.
O alvará foi expedido pela Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro. Zeu deverá usar uma tornozeleira eletrônica. Dos sete condenados pelo crime, apenas Zeu ainda estava preso. Dois morreram e quatro foram soltos anteriormente. O jornalista Tim Lopes foi brutalmente assassinado em 2002 enquanto investigava denúncias de abuso de menores e tráfico de drogas na Vila Cruzeiro.
A família de Tim Lopes, especialmente seu filho Bruno Quintella, expressou profunda tristeza e “cansaço emocional” com a notícia da liberação de Zeu para prisão domiciliar. Bruno, que tem se dedicado a preservar a memória do pai e a lutar por justiça, destacou o impacto contínuo que eventos como esse têm sobre a família.
Ele afirmou que é “muito cansativo emocionalmente” lidar com a liberação de Zeu, especialmente considerando a brutalidade do crime cometido contra seu pai. A cada nova decisão judicial ou notícia relacionada ao caso, a família é forçada a reviver a dor da perda e a brutalidade do assassinato de Tim Lopes.
Bruno também tem trabalhado em projetos para manter viva a memória de Tim Lopes e destacar a importância do jornalismo investigativo. Ele produziu um documentário onde refaz os passos do pai, revelando a geografia humana do Rio de Janeiro e os desafios enfrentados pelos jornalistas na cidade.
Como foi o crime?
Tim Lopes foi assassinado em 2 de junho de 2002 na favela Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, enquanto investigava denúncias de exploração sexual de menores e tráfico de drogas em bailes funk organizados por traficantes.
Ele foi capturado, torturado e brutalmente assassinado, tendo seu corpo queimado em um local conhecido como “microondas”. A morte de Tim Lopes provocou mudanças significativas nas práticas jornalísticas e inspirou a criação da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)