Toffoli no cardápio
A Folha de S. Verdevaldo tenta demonstrar que Deltan Dallagnol participou de um cerco para incriminar Dias Toffoli. A troca de mensagens com os procuradores da PGR, porém, refere-se basicamente a alguns comentários soltos a respeito de uma reportagem da Veja sobre a reforma da casa do ministro do STF, publicada dois dias antes...
A Folha de S. Verdevaldo tenta demonstrar que Deltan Dallagnol participou de um cerco para incriminar Dias Toffoli.
A troca de mensagens com os procuradores da PGR, porém, refere-se basicamente a alguns comentários soltos a respeito de uma reportagem da Veja sobre a reforma da casa do ministro do STF, publicada dois dias antes.
Naquele momento, a própria PGR tinha poucos elementos sobre o caso, porque o acordo com Léo Pinheiro estava num estágio inicial.
Leia um trecho da reportagem da Veja:
“Era um encontro de trabalho como muitos que acontecem em Brasília. O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, e o empreiteiro José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, então presidente da construtora OAS, já se conheciam, mas não eram amigos nem tinham intimidade. No meio da conversa, o ministro falou sobre um tema que lhe causava dor de cabeça. Sua casa, localizada num bairro nobre de Brasília, apresentava infiltrações e problemas na estrutura de alvenaria. De temperamento afável e voluntarioso, o empreiteiro não hesitou. Dias depois, mandou uma equipe de engenheiros da OAS até a residência de Toffoli para fazer uma vistoria. Os técnicos constataram as avarias, relataram a Léo Pinheiro que havia falhas na impermeabilização da cobertura e sugeriram a solução. É um serviço complicado e, em geral, de custo salgado. O empreiteiro indicou uma empresa especializada para executar o trabalho. Terminada a obra, os engenheiros da OAS fizeram uma nova vistoria para se certificarem de que tudo estava de acordo. Estava (…).
No documento, Veja constatou que Léo Pinheiro, como é próprio nas propostas de delação, não fornece detalhes sobre o encontro entre ele e Dias Toffoli. Onde? Quando? Como? Por quê? Essas são perguntas a que o candidato a delator responde apenas numa segunda etapa, caso a colaboração seja aceita. Nessa primeira fase, ele apresenta apenas um cardápio de eventos que podem ajudar os investigadores a solucionar crimes, rastrear dinheiro, localizar contas secretas ou identificar personagens novos. É nesse contexto que se insere o capítulo que trata da obra na casa do ministro do STF.”
É ridículo imaginar que Deltan Dallagnol tenha participado de um cerco. Ele apenas ofereceu à PGR, naquela primeira fase, o acesso às fontes da Lava Jato e aos dados da quebra do sigilo fiscal da OAS.
Era seu dever.
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