Toffoli não quer julgamento sobre a suspeição de Moro
Dias Toffoli tem dito a interlocutores que Gilmar Mendes, o novo presidente da Segunda Turma, não deveria pautar, na volta do recesso, o julgamento do habeas corpus de Lula que aponta suspeição de Sergio Moro e busca anular sua condenações nos casos do triplex e do sítio...
Dias Toffoli tem dito a interlocutores que Gilmar Mendes, o novo presidente da Segunda Turma, não deveria pautar, na volta do recesso, o julgamento do habeas corpus de Lula que aponta suspeição de Sergio Moro e busca anular sua condenações nos casos do triplex e do sítio.
O presidente do Supremo sabe que um placar favorável a Lula, como se desenha, seria devastador para a imagem não só da Corte, mas também de todo o Judiciário, uma vez que as sentenças já foram confirmadas por outras instâncias.
Uma das marcas da gestão do ministro, que termina em setembro, é a tentativa de pacificar a relação com os demais poderes — especialmente o Executivo — e proteger os ministros dos ataques, que se intensificaram nos últimos dois anos em que comandou a Corte.
Se no ano passado a reputação do STF ficou manchada com a soltura de Lula, por causa do julgamento que acabou com a prisão em segunda instância, uma nova vitória do ex-presidente, com anulação de suas condenações e reabilitação para disputar eleições, levantaria uma nova onda de protestos, tudo que Toffoli quer evitar no momento de sua saída.
Gilmar Mendes quer pautar o caso até setembro, antes da aposentadoria, em novembro, de Celso de Mello, cujo voto é decisivo. Ele será substituído na Segunda Turma pelo novo ministro a ser indicado por Jair Bolsonaro.
Como mostramos na segunda, diversos fatores políticos pesam no plano de Gilmar: a volta de Lula à arena eleitoral e o enfraquecimento de Bolsonaro é um deles.
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