Todos os corpos de avião que caiu em Vinhedo são retirados de destroço
Trabalhos para a identificação dos corpos já foram iniciados; familiares das vítimas ficarão em hotéis na capital paulista
A Defesa Civil do estado de São Paulo confirmou no início da noite deste sábado, 10 de agosto, que todos os 62 corpos das vítimas do acidente aéreo em Vinhedo foram retirados dos destroços da aeronave.
De acordo com o órgão, foram retirados 34 corpos de homens e 28 de mulheres. Dois deles foram identificados: o piloto, Danilo Romano, e o copiloto do voo, Humberto de Campos Alencar e Silva.
Todos foram encaminhados para a unidade central do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo para a identificação e liberação.
Os trabalhos para a identificação dos corpos já foram iniciados e alguns parentes das vítimas, atendidos.
Os familiares ficarão em hotéis na capital paulista. A Secretaria de Desenvolvimento Social monitora os atendimentos.
“Após a acomodação nos hotéis, onde também recebem acompanhamento psicológico, os familiares são encaminhados ao Instituto Oscar Freire, onde são acolhidos por equipes da Defesa Civil do Estado”, informou o órgão.
“Além de apoio psicológico, os familiares são orientados sobre os documentos médicos que podem auxiliar na identificação dos corpos, além da coleta de materiais biológicos para a realização de exames genéticos, quando necessário”, completou.
O turboélice ATR 72-500, de matrícula PS-VPB, fazia o voo 2Z-2283 de Cascavel (PR) para o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Os 58 passageiros e os 4 tripulantes a bordo morreram. Esse é o maior desastre aéreo do país em número de vítimas desde 2007.
As causas da queda ainda estão sendo investigadas. Ivan Sant’Anna, colunista de Crusoé e analista de aviação, avalia que pode ter havido congelamento dos comandos, levando o avião a fazer o que os especialistas chamam de “parafuso chato”.
Avião era sensível a gelo, diz Voepass
O CEO da companhia aérea Voepass, Eduardo Busch, e o diretor de operações da empresa, Marcel Moura, deram uma entrevista coletiva na sexta-feira, 9 de agosto, em Ribeirão Preto (SP) sobre o acidente que matou 62 pessoas em Vinhedo, no interior paulista, nesta tarde.
Na coletiva, Busch confirmou que o modelo da aeronave era sensível a eventuais formações de gelo nas suas asas e na fuselagem.
“Situações climáticas como a de sexta-feira, em que houve a aproximação de uma frente fria, facilitam a formação de gelo”, declarou o CEO.O diretor de operações, por sua vez, não quis falar sobre as causas do acidente. “Neste momento, há muitas informações desencontradas, e qualquer declaração só alimentaria a especulação”, disse Marcel Moura.
Segundo ele, a aeronave havia passado por uma manutenção de rotina nas oficinas da Voepass em Ribeirão Preto, sede da empresa, e estava “100% operacional”.
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