Após cinco horas de depoimento, Paulo Marinho deixou a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

Na saída, o empresário disse que não falaria sobre o interrogatório, porque o inquérito sobre o vazamento da Operação Furna da Onça tramita sob sigilo.

No ano passado, a PF chegou a investigar suspeita de vazamento da operação quando descobriu que um dos alvos da operação, deflagrada em 2018, no ato de prisão, aguardava os policiais vestido e portando um diploma universitário.

O inquérito, no entanto, foi encerrado porque não se chegou ao autor do vazamento.

O mesmo inquérito foi agora reaberto, depois que Paulo Marinho, em entrevista à Folha, disse que Flávio Bolsonaro foi avisado com antecedência, por um delegado, de que Fabrício Queiroz era um dos alvos da Furna de Onça, em 2018.

Além desse inquérito da PF, outra investigação foi aberta pelo Ministério Público Federal, para apurar a conduta dos policiais na operação. Paulo Marinho poderá depor novamente para o órgão nesse procedimento.

O empresário também vai depor no inquérito sobre a interferência de Jair Bolsonaro na PF que tramita no Supremo — a hipótese de procuradores que atuam no caso é que o interesse do presidente na superintendência no Rio tenha relação com a Furna de Onça.