“Tentativa de calar a oposição”, diz líder do MBL sobre inquérito da PF
Polícia Federal iniciou uma investigação a partir de chamada na página do X do MBL escrita em agosto de 2023, que associava Lula ao aborto
O coordenador do MBL, Renan Santos, afirmou em entrevista ao Meio-Dia em Brasília que o governo Lula tenta intimidar a oposição ao pedir à Polícia Federal a abertura de um inquérito para apurar indícios de crime em uma postagem feita pelo grupo no X (antigo Twitter) que associava o presidente ao aborto.
Como mostramos mais cedo, a PF iniciou uma investigação sobre uma chamada no X escrita em agosto de 2023 para um boletim de notícias do grupo com a seguinte frase: “Lula aprova aborto e mudança de sexo | MBL News”.
Agora, Renan – como coordenador do MBL – vai ser ouvido pela PF em 16 de setembro.
“É no mínimo bizarro uma pessoa ter que depor por uma crítica política, que sequer pode ser enquadrada como uma notícia falsa. É claramente uma tentativa de calar a oposição, e fazer que fiquemos constrangidos a emitir qualquer crítica contra esse governo. Isso obviamente faz parte de uma escalada autoritária que o PT tem com relação às liberdades da internet”, declarou ele ao Meio-Dia em Brasília.
Quando ocorreu o pedido de investigação da PF sobre o post do MBL?
O pedido de investigação sobre a conduta do MBL foi feito em agosto de 2023 pelo então ministro da Justiça, Flávio Dino. Dino hoje é ministro do Supremo Tribunal Federal. Na época, Dino soube da postagem do MBL simplesmente porque um perfil amigo do governo federal, identificado como “Pesquisas e Análises Eleitorais”, fez referência ao post do MBL atacando o grupo.
Em parecer expedido em agosto, o delegado Rafael Grummt identificou preliminarmente o crime de difamação. Em outubro, o delegado Cicero Strano Moraes instaurou o inquérito contra o Movimento Brasil Livre.
“Flávio Dino, para nos constranger, mandou ir a PF ir atrás e a PF olhou o caso, que é por si só absurdo, e falou ‘acho por bem investigar isso’”, acrescentou Santos.
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