“Tentáculo” de Juscelino quer voltar à Codevasf
Julimar Alves da Silva Filho entrou com uma ação para retomar o cargo e receber o pagamento retroativo de 241,5 mil reais
Julimar Alves da Silva Filho, apontado pela Polícia Federal como um dos “tentáculos” do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) quer ser readmitido nos quadros da estatal e receber o salário pelo tempo que ficou fora da companhia, registrou O Estado de S.Paulo.
Segundo o jornal, o engenheiro entrou com uma ação na Justiça para receber o pagamento retroativo de 241,5 mil reais.
Ele deixou a estatal após ser alvo da Operação Odoacro sob suspeita de receber propina para atuar em contratos custeados com as emendas parlamentares de Juscelino, na época em que ele atuava como deputado.
A acusação da PF
A Polícia Federal identificou que empresas ligadas ao empresário Eduardo José Barros Costa, o ‘Eduardo DP’, realizaram pagamentos no total de 249,5 mil reais a Julimar e sua esposa, a também engenheira Jessica Bezerra Serra, entre maio de 2019 e junho de 2022.
Os repasses foram feitos por quatro empresas, que estão em nome de laranjas: ER Distribuidora de Asfalto Eireli (85 mil reais), Construservice (90 mil reais), Topázio Logística e Pavimentação Eireli (65 mil reais) e Raíssa Marques Silva Eireli (9,5 mil reais).
Responsável pela obra de pavimentação na estrada que corta fazendas de Juscelino Filho em Vitorino Freire, no Maranhão, a empreiteira Construservice está entre as companhias que mais ganharam contratos com o governo federal nos últimos anos.
As investigações apontam que Julimar, ex-chefe da Gerência Regional de Empreendimentos da Codevasf no Maranhão, deu parecer favorável a esse convênio.
A defesa de Julimar alega que a suposta propina se refere a serviços de engenharia prestados por Jessica Bezerra Serra, esposa do engenheiro, às companhias investigadas.
Demissão por justa causa
Diante das acusações, a Codevasf concluiu que Julimar cometeu ato de improbidade.
Afastado desde outubro de 2022, ele foi demitido por justa causa em agosto de 2023.
Durante esse período, Julimar continuou recebendo seu salário de 20.129,19 reais mensais.
O que diz o “tentáculo” de Juscelino na ação
Em ação ajuizada na Justiça Federal da 1ª Região, a defesa de Julimar Alves da Silva Filho diz que o Processo Administrativo da Codevasf violou os princípios do devido processo legal, da presunção de inocência e do direito à ampla defesa e ao contraditório, chamando o processo de “teatro”.
Os advogados admitem não ter conseguido comprovar os supostos trabalhos realizados pela esposa de Julimar às empresas investigadas pela Polícia Federal.
Eles, no entanto, alegam que a ausência de comprovação não pode ser interpretada como “evidência de conduta imprópria ou ilegal”.
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