Técnicos da Anvisa respondem a declaração de Bolsonaro sobre vacinas
Técnicos da Anvisa comentaram nesta sexta-feira (22) uma declaração do presidente Bolsonaro, que mais cedo alegou que "não tá nada comprovado cientificamente com essa vacina ainda"...
Técnicos da Anvisa comentaram nesta sexta-feira (22) uma declaração do presidente Bolsonaro, que mais cedo alegou que “não tá nada comprovado cientificamente com essa vacina ainda”.
“No domingo (17) a gente buscou deixar muito claro e muito transparente para todos o que é a nossa avaliação de eficácia”, disse Gustavo Mendes Lima Santos, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa. “A gente até trouxe um estatístico para mostrar qual foi a abordagem estatística que levou, que foi aprovada por nós no protocolo. E também de que forma nós validamos a informação dos percentuais de eficácia que as vacinas mostraram nos estudos que foram conduzidos aqui no Brasil”.
“Baseados nesse percentual de eficácia, que no caso das duas vacinas foi acima do mínimo que nós consideramos como essencial para o uso emergencial, e isso alinhado com as agências reguladoras internacionais, e baseados também no perfil de segurança das vacinas, foi que nós da área técnica recomendamos para a Diretoria que essas vacinas fossem utilizadas em caráter emergencial”, acrescentou Mendes.
“Nós temos sim algumas incertezas sobre a eficácia, que nós pontuamos na reunião no domingo, mas essas incertezas não invalidam o uso. Pelo contrário. São incertezas que são esperadas no meio científico, tendo em vista as questões relacionadas ao próprio tempo para desenvolvimento das vacinas e a necessidade de um acompanhamento”.
“A nossa decisão é: vale a pena vacinar já com essa vacina, com os estudos em andamento, mas com o perfil de eficácia mínimo de 50%, com intervalo de confiança mínimo de 30%, para que se pudesse então enfrentar a pandemia de maneira mais célere”.
Fabrício Carneiro de Oliveira, coordenador de Inspeção e Fiscalização de Insumos Farmacêuticos, acrescentou que a avaliação foi bastante concentrada nas condições técnicas e operacionais das fábricas, “para garantir que aquele medicamento, aquela vacina, vai ser fabricada nas condições desejadas e não vai representar nenhum tipo de risco para a população do ponto de vista de contaminantes ou algum problema relacionado à fabricação”.
“Dentro das regulamentações técnicas da Anvisa”, acrescentou Oliveira, “que são equivalentes à toda a regulamentação utilizada pelos Estados Unidos, pela Europa, Japão, as principais agências do mundo, a gente consegue dizer que Sinovac, Butantan, Serum e Wuxi cumprem com esses requisitos”.
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