Tebet entra na briga de Lula e sugere redução do mandato de presidente do BC
Segundo a ministra, modelo atual do mandato do presidente do Banco Central tem criado "estresse e ruído"
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, defendeu nesta terça-feira, 2, a autonomia do Banco Central, mas sugeriu um mandato menor para o presidente da instituição. A sinalização vai de encontro com o presidente Lula (PT), que nas últimas semanas disparou críticas contra Roberto Campos Neto.
“Todo mundo sabe que eu apoio a autonomia do Banco Central. Mas acho que um ano de mandato do presidente do BC [após a haver mudança do presidente da República] é mais do que suficiente”, disse Tebet.
Segundo ela, a realidade tem mostrado que dois anos de mandato para o presidente do BC em uma nova gestão criam “estresse e ruído”. Ainda de acordo com a ministra, o governo não deve interferir no órgão, mas precisa manter um diálogo institucional e fácil.
Na segunda-feira, 1º, Lula afirmou que não era “correto” manter o mesmo presidente do Banco Central durante as trocas do chefe do Executivo. Roberto Campos Neto foi indicado por Jair Bolsonaro (PL) e seu mandato à frente da instituição termina em dezembro deste ano.
“Como pode o presidente da República ganhar as eleições e, depois, não poder indicar o presidente do Banco Central? Ou, se indica, ele tem uma data. Estou há dois anos com o presidente do Banco Central do Bolsonaro. Então, não é correto isso”, disse Lula em entrevista à Rádio Princesa, da Bahia.
Ainda durante a entrevista, Lula afirmou que o “mercado” é quem defende a autonomia do Banco Central. “Quem quer o Banco Central independente é o mercado, que faz parte do Copom, que determina meta de inflação, que determina política de juros. Eu tive um BC independente. O [Henrique] Meirelles ficou oito anos no meu governo como presidente do BC e teve total independência para fazer os ajustes que precisasse”, disse Lula
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