TDAH em adultos ainda causa dúvida entre especialistas
Especialistas ainda enfrentam dificuldades para entender o transtorno de déficit de atenção (TDAH) em adultos!
Imagine enfrentar desafios diários que afetam sua capacidade de trabalhar, estudar ou simplesmente gerenciar tarefas cotidianas. Para muitos adultos, essa é uma realidade constante ligada ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), uma condição frequentemente mal compreendida e diagnosticada. Katie Marsh, de Portland, Oregon, viveu anos de incertezas antes de finalmente receber o diagnóstico correto, refletindo uma questão maior no sistema de saúde.
Marsh, que agora tem 30 anos, começou a questionar se tinha TDAH enquanto enfrentava dificuldades acadêmicas na faculdade. “O tédio me consumia, eu mal conseguia frequentar as aulas e, quando ia, parecia que tinha energia demais”, comentou. Após uma avaliação inconclusiva e anos sem respostas, apenas uma nova procura por ajuda médica revelou o diagnóstico preciso.
Quais são os desafios no diagnóstico de TDAH em adultos?
O TDAH é um transtorno neurológico que geralmente se manifesta na infância, mas seus sintomas podem perdurar ou tornar-se aparentes apenas na idade adulta. O diagnóstico em adultos, no entanto, é complicado pela variedade de sintomas e pela falta de diretrizes claras, o que pode levar a desvios significativos nas abordagens dos profissionais de saúde.
Segundo David W. Goodman, da Johns Hopkins University, “estamos improvisando sem diretrizes adequadas, o que deixa tanto profissionais quanto pacientes em uma posição vulnerável”. Essa improvisação pode levar a diagnósticos errôneos ou tratamentos ineficazes, tornando essencial a criação de uma estrutura mais sistemática para o manejo do TDAH em adultos.
Como os profissionais identificam o TDAH em adultos?
Para diagnosticar TDAH em adultos, os profissionais de saúde dependem principalmente do DSM-5, um manual que especifica que os sintomas devem estar presentes em pelo menos dois ambientes diferentes e ter começado antes dos 12 anos de idade. No entanto, muitos adultos, como Judy Sandler de Maine, não se lembram de seus sintomas na infância ou relatam que eles só se tornaram problemáticos mais tarde na vida.
Este desafio é amplificado pela existência de condições coexistentes, como depressão e ansiedade, que podem mascarar ou confundir os sintomas do TDAH. Profissionais como Lenard A. Adler, da NYU, enfatizam que “não há atalhos” no diagnóstico do TDAH em adultos, requerendo uma avaliação abrangente que inclui históricos médico e de desenvolvimento, além de feedback de pessoas próximas ao paciente.
Por que é urgente desenvolver novas diretrizes para o tratamento do TDAH em adultos?
- Uniformidade no diagnóstico: Novas diretrizes ajudariam a padronizar a avaliação do TDAH, reduzindo a variação nas práticas médicas.
- Inclusão de novos sintomas: Considerar sintomas de desregulação emocional e déficits de função executiva poderia aprimorar o processo diagnóstico.
- Adaptação às novas pesquisas: As diretrizes devem refletir os avanços científicos recentes para garantir tratamentos baseados em evidências.
Goodman e colaboradores estão atualmente desenvolvendo as primeiras diretrizes americanas para o TDAH em adultos, esperando estabelecer um consenso que oriente de maneira mais efetiva o campo da saúde mental.
Em um mundo onde cada vez mais adultos procuram respostas para suas preocupações neurológicas latentes, é cada vez mais importante reconhecer e abordar adequadamente o TDAH, evitando anos de tratamentos mal direcionados e melhorando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Com profissionais como Goodman à frente destes esforços, a esperança é que futuros pacientes não enfrentem a mesma jornada difícil de pessoas como Marsh e Sandler.
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