Tarcísio termina o ano se explicando sobre policiais
O governador de São Paulo fez nesta quarta-feira, 18, um balanço da gestão em 2024
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos, foto), fez nesta quarta-feira, 18, um balanço da gestão em 2024 e terminou o ano se explicando sobre a violência policial no estado.
“Nós temos uma excelente Polícia Militar, uma excelente Polícia Civil, que têm produzido muito. Infelizmente, há desvios de conduta e eles serão severamente punidos. Esses desvios não podem ser confundidos com a ação policial de muitos profissionais que estão ralando muito para proteger a sociedade”, afirmou o governador.
“O que afasta o policial do cidadão é o desvio de conduta, e isso não vamos tolerar. A corrupção é intolerável, e quando tiver ela será punida tanto na esfera administrativa quanto na penal”, acrescentou.
“Não vamos encobrir nada, passar pano em nada, tolerância zero”, continuou.
Sem citar números, Tarcísio disse que nunca se puniu tanto os agentes de segurança como em sua gestão.
“Se a gente pegar os números da Corregedoria, a gente vai ver que nunca se puniu tantos militares, tantos profissionais, tantos policiais, como a gente está punindo agora”, afirmou.
E Derrite?
No balanço, Tarcísio sinalizou que conta com o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), para a segunda metade do mandato.
Derrite, por sua vez, deixou o evento antes do encerramento, quando foi aberto o espaço para perguntas de jornalistas, e não saiu na foto de Tarcísio com os demais secretários.
Os números da violência policial em São Paulo
Apesar das 168 mil prisões efetuadas em 2024 e das 200 toneladas de drogas apreendidas, a polícia de São Paulo mais do que dobrou o número de mortes por intervenção policial.
Foram pelo menos 676 mortes entre janeiro e outubro de 2024. No mesmo período de 2022, foram 331.
Tarcísio reconhece o erro
Como mostrou Crusoé, o governador do estado de São Paulo deu duas declarações raras para políticos neste mês de dezembro, ao reconhecer publicamente erros na política adotada para as câmeras corporais dos policiais militares em sua gestão.
A primeira ocorreu na quinta, 5 de dezembro. Tarcísio ressaltou a importância das câmeras para sociedade e para o policial.
“Você pega a questão das câmeras: eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão”, disse o governador, do partido Republicanos. “Hoje, estou completamente convencido que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial. E nós vamos não apenas manter, mas ampliar o programa.”
No dia seguinte, Tarcísio reconheceu os efeitos negativos das falas das autoridades no comportamento dos policiais: “Nosso discurso tem peso e, se erramos a mão no discurso, isso tem peso”.
A mudança de rota ainda não foi definida, mas acena que o estado deve retomar algumas orientações que estavam tendo bons resultados, mas que foram abandonadas no atual mandato.
Também mostra como se ater a alguns credos do bolsonarismo pode ser problemático para políticos com cargos eletivos.
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