A aliados próximos, o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, tem manifestado preocupação com algumas alianças fechadas pelo Republicanos com partidos de esquerda em algumas capitais brasileiras nas eleições de 2024.

O receio do governador paulistano é que isso seja utilizado como munição por adversários em 2026, principalmente se a sigla vier a formar palanque com o PL de Jair Bolsonaro nas próximas eleições-gerais.

Um exemplo recente é o apoio concedido ao prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP).

Lucena, que conta com o apoio de Agnaldo Ribeiro e está alinhado ao presidente Lula, tem sido alvo de uma série de denúncias nas últimas semanas. Entre as acusações, destaca-se o envolvimento de sua filha, secretária municipal de Saúde, em um caso de corrupção que resultou em uma investigação da Polícia Federal.

Outra capital considerada problemática pelo integrante do partido é Recife, onde o Republicanos tende a engrossar o palanque de João Campos (PSB), candidato à reeleição. Na capital pernambucana, o PT pleiteou a vaga de vice na chapa do filho do ex-governador Eduardo Campos, falecido em 2014.

PDT pode ter apoio evangélico em Aracaju

Outro problema diagnosticado por Tarcísio é Aracaju, Sergipe. O partido ligado à Igreja Universal deve apoiar o candidato do PDT, Luiz Roberto, apadrinhado pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi. Um esquerdista roxo, que comemorou a inelegibilidade de Jair Bolsonaro chamando o ex-presidente de “Belzebu”.

O que incomoda Tarcísio?

Para o Tarcísio, conforme apurou O Antagonista, os diretórios estaduais do Republicanos deveriam seguir a linha do apoio em Salvador. Na capital baiana, o partido endossou a reeleição do prefeito Bruno Reis, do União Brasil. O jogo, para o Tarcísio, é reforçar o partido no jogo municipal de 2024 para ter mais chances de derrotar o PT nas próximas eleições gerais, segundo informações obtidas por O Antagonista.

Na avaliação de um interlocutor do governador, conforme apurou este site, essas questões refletem a necessidade de uma análise mais criteriosa e estratégica por parte do Republicanos, visando garantir que os apoios sejam coerentes com os interesses e valores defendidos pelo partido em âmbito nacional.