“Tarcísio não está preocupado com o impacto social”, diz líder dos caminhoneiros
Líder dos caminhoneiros, Wallace Landim, o Chorão, reuniu-se nesta manhã com Ricardo Barros para discutir a BR do Mar, proposta de Tarcísio Freitas que abre o setor de cabotagem...
Líder dos caminhoneiros, Wallace Landim, o Chorão, reuniu-se nesta manhã com Ricardo Barros para discutir a BR do Mar, proposta de Tarcísio Freitas que abre o setor de cabotagem.
Chorão disse a O Antagonista que o líder do governo não concordou com a retirada da urgência do projeto de lei, que tranca a pauta da Câmara. A ideia de Barros, como mostramos, é votar a proposta na próxima semana, após as eleições municipais.
Segundo o Ministério da Infraestrutura, a BR do Mar deve aumentar em 40% a frota de navios para o transporte de carga no Brasil, ampliando o carregamento para 2,7 milhões de contêineres por ano.
Lideranças dos caminhoneiros estão receosas com a proposta porque acreditam que a matriz logística do transporte de carga será “entregue às grandes empresas estrangeiras” que dominam hoje a cabotagem no Brasil.
“Estamos muito preocupados com a BR do Mar. Como o líder [Ricardo Barros] colocou, tem um ano e meio que o projeto está sendo discutido, mas essa é a primeira reunião que a categoria teve com ele. O que a gente está buscando é discutir a proposta com tempo, com calma, e não em três dias.”
Segundo Chorão, os caminhoneiros autônomos deverão ter uma redução de 40% no transporte de carga de longa distância. Com isso, a categoria irá concentrar o trabalho em transporte de curta e média distância –dos portos aos destinos finais da carga.
Para o líder da categoria, o resultado dessa alteração será a concentração de poder nas empresas de logística, o enfraquecimento do autônomo e a redução do frete.
“Eu cheguei a discutir com ele (Tarcísio) essa questão e ele deixou bem claro na mesa que não está preocupado com o impacto social, porque ele é ministro da Infraestrutura. Como falou que tem 40 grupos de WhatsApp [com caminhoneiros], eu queria que ele falasse nesses grupos que ele não tem preocupação com o impacto social. Que ele vai tirar 40% da longa distância e vai compactar na curta distância. Que ele é a favor da concentração de mercado, do cartel. Eu estou protegendo o transportador rodoviário autônomo. Agora, o que ele está fazendo: colocou um projeto, não sou contra, mas do jeito que está vai extinguir a categoria –coisa que ele não está preocupado.”
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)