Tarcísio banca Derrite no cargo (de novo)
O governador de São Paulo rebateu as críticas da mãe de um jovem morto pela Polícia Militar do estado em novembro
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a bancar a permanência do secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, no cargo.
“Não pretendo fazer mudanças por ora. É claro que a gente se sensibiliza com a dor dessa mãe e do pai. Eu entendo as manifestações que eles têm emitido, são perfeitamente compreensíveis e no lugar deles eu estaria procedendo da mesma forma. Existe um desejo de ver justiça, eu acho que essa justiça tem que acontecer e vai acontecer porque os responsáveis irão a julgamento. É perfeitamente compreensível e obviamente isso provoca a reflexão”, disse o governador nesta segunda-feira, 13, ao ser questionado sobre as declarações recentes de Silvia Mónica Cárdenas Prado, mãe de Marco Aurélio Cardenas Acosta, estudante morto pela Polícia Militar em 20 de novembro durante uma abordagem policial.
Na semana passada, Silvia Mónica deu exigiu, em coletiva de imprensa, justiça pela morte do filho.
“Eu quero justiça, eu quero desse miserável do Tarcísio ao menos um pedido de desculpas. A polícia mata, tapa como gato e continua sua vida, e quem chora é a mãe e o pai”, afirmou a mãe do estudante.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) formalizou as denúncias contra os policiais militares Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado em 8 de janeiro.
Ambos foram acusados de homicídio qualificado por motivo torpe e pela impossibilidade de defesa da vítima.
Derrite fica
Ao visitar a Câmara dos Deputados em dezembro de 2024, o governador Tarcísio de Freitas assegurou a permanência de Derrite na Secretaria de Segurança Pública e disse:
“Olhe os números que você vai ver [o trabalho de Derrite]. Olhe as estatísticas.”
Tarcísio reconhece o erro
Tarcísio de Freitas deu duas declarações raras para políticos no mês de dezembro, ao reconhecer publicamente erros na política adotada para as câmeras corporais dos policiais militares em sua gestão.
A primeira ocorreu em 5 de dezembro. Tarcísio ressaltou a importância das câmeras para sociedade e para o policial.
“Você pega a questão das câmeras: eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão”, disse o governador, do partido Republicanos. “Hoje, estou completamente convencido que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial. E nós vamos não apenas manter, mas ampliar o programa.”
No dia seguinte, Tarcísio reconheceu os efeitos negativos das falas das autoridades no comportamento dos policiais: “Nosso discurso tem peso e, se erramos a mão no discurso, isso tem peso”.
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Comentários (1)
Marcelo Augusto Monteiro Ferraz
13.01.2025 17:24"Rebateu" é um termo totalmente inapropriado quanto ao mérito das pertinentes declarações de Tarcísio sobre o caso!!!!