Um dos líderes da bancada evangélica no Congresso, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), comentou a decisão do secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, de anular a isenção fiscal sobre salários de pastores ampliou a crise dentro do órgão. Na avaliação de Sóstenes há uma tentativa de se criar caminhos para “chantagem” em votações de interesse do governo.

“Os líderes religiosos novamente ficam a mercê de interpretações de fiscais e isso abre precedentes para que as multas voltem a ser aplicadas. […] Eles querem fazer isso para produzir chantagem. […] É tática da esquerda para chantagear os religiosos do país”, disse em entrevista ao programa Meio-Dia em Brasília desta terça-feira, 18.

O deputado também afirmou que o presidente da Frente Evangélica, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), recebeu contato do ministro da Fazenda Fernando Haddad para tratar do assunto. “Nós sempre estamos abertos para conversar com quem quer que seja, queremos esclarecer, podemos explicar desde que retroajam da decisão. Eles já estão nos procurando. A tática deles a gente já conhece. É a velha tática da esquerda”, completou.

A avaliação entre integrantes do Fisco é de que Barreirinhas tomou a decisão de forma monocrática ancorado em um processo do Tribunal de Contas da União (TCU) que ainda não foi concluído. Após a revogação, o TCU informou que o assunto ainda é objeto de análise, diante de “possível desvio de finalidade e ausência de motivação” e negou que tenha dado qualquer tipo de orientação para a Receita.