Síndrome respiratória aguda volta a crescer no Brasil
De acordo com o boletim InfoGripe, o aumento de casos de SRAG no Brasil é devido à circulação de diferentes vírus respiratórios
O último Boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesta quinta-feira , 14, revela um crescimento significativo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todo o país, abrangendo todas as faixas etárias analisadas.
De acordo com a Fiocruz, essa situação é resultado da circulação de diversos tipos de vírus no território brasileiro, incluindo o Sars-CoV-2 (causador da Covid), influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.
O estudo, que se baseia em dados inseridos até o dia 11 de março, refere-se à Semana Epidemiológica (SE) 10, que compreende o período de 3 a 9 de março.
Estados mais afetados
O boletim destaca um aumento dos casos de SRAG causados pela Covid nos estados do Centro-Sul do país. Em Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo, observou-se uma desaceleração no crescimento da SRAG em idosos nas últimas semanas.
Por outro lado, os casos de SRAG por influenza A (gripe) aumentaram nos estados do Nordeste, Sudeste e Sul. Nessas duas últimas regiões, os casos ocorrem em conjunto com o aumento dos casos de Covid. Além disso, foi constatado um crescimento dos casos associados ao VSR em todos os estados brasileiros.
Conforme destacado no boletim da semana passada, a SRAG continua impactando crianças de até dois anos de idade, sendo o VSR o principal agente responsável por esse aumento de casos. O vírus influenza também tem contribuído para o aumento da SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. A incidência de SRAG causada pela Covid ainda afeta principalmente crianças pequenas e pessoas a partir dos 65 anos de idade. Quanto à mortalidade pela SRAG, os idosos são os mais afetados, com predominância da Covid.
O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, que é pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz), comentou que o recente aumento de casos no grupo etário de 5 a 14 anos pode estar relacionado ao rinovírus, influenza e Sars-CoV-2 (Covid). Dos casos positivos registrados neste ano, 10,1% foram causados pela influenza A, 0,3% pela influenza B, 12,7% pelo VSR e 65,4% pelo Sars-CoV-2 (Covid). Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 14,2% para influenza A, 0,3% para influenza B, 14,5% para VSR e 61,1% para Sars-CoV-2 (Covid).
Sindrome respiratória nas capitais
Em relação aos estados e capitais brasileiras, o boletim mostra que 24 estados apresentam indícios de crescimento da SRAG a longo prazo nos últimos seis meses. Entre as capitais, 20 apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG.
A nível nacional, tanto a tendência de longo prazo (últimas seis semanas) quanto a de curto prazo (últimas três semanas) indicam uma expansão do número de casos. No ano epidemiológico de 2024, já foram notificados 16.550 casos de SRAG, sendo que 40,1% tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 41% foram negativos e pelo menos 13,2% aguardam resultado laboratorial.
Quanto aos óbitos relacionados à SRAG, já foram registrados 1.218 casos neste ano. Desses, 59,5% tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 32,8% foram negativos e pelo menos 4,4% estão aguardando resultado laboratorial.
Dos casos positivos neste ano, 5,2% foram causados pela influenza A, 0,3% pela influenza B, 1,2% pelo VSR e 90,9% pelo Sars-CoV-2 (Covid). Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 7,6% para influenza A, 0% para influenza B, 1,3% para VSR e 89% para Sars-CoV-2 (Covid), como aponta o boletim.
Com informações da Agência Brasil
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