Simone Tebet: “Estamos do lado da Anielle”
Ministra do Planejamento se manifesta sobre o caso da denúncia contra Silvio Almeida por assédio sexual
A ministra do Planejamento, Simone Tebet (foto), afirmou neste sábado, 7 de setembro, que as mulheres do primeiro escalão do governo Lula estão ao lado de Anielle Franco no caso da denúncia contra Silvio Almeida por assédio sexual.
“Estamos respeitando o espaço da ministra Anielle, houve um acordo de que a gente não iria fazer nenhuma manifestação pública, em respeito a ela”, disse Tebet à Folha depois de participar do desfile do Dia da Independência, em Brasília.
“Na própria nota dela [Anielle], é uma nota muito clara, de querer com sobriedade trazer a questão. Estamos do lado da Anielle, mas, no tempo dela, nós faremos nossas manifestações”, acrescentou.
Silvio Almeida foi exonerado na noite de sexta-feira, 6. A decisão ocorreu após reunião com Lula no Palácio do Planalto.
A ONG Me Too Brasil informou ter recebido denúncias contra Almeida sobre casos de assédio sexual. Uma das vítimas seria a ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco. Na sexta, O Antagonista revelou que servidores foram coagidos a assinar um manifesto em defesa do ministro, o que configuraria assédio moral.
Em resposta, o ministro negou as acusações. Em um primeiro momento, disse que as denúncias não passavam de uma “campanha” para afetar a sua imagem “enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público”. “As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram ‘denunciação caluniosa’. Tais difamações não encontrarão par com a realidade”.
Anielle Franco se pronunciou pela primeira vez sobre o caso na noite de sexta.
“Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência”, escreveu a ministra da Igualdade Racial em nota oficial publicada no Instagram.
“Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi”, disse Anielle.
“Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência. Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada”, acrescentou.
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