Ex-servidor diz receber ameaças após denunciar Silvio Almeida
Sociólogo Leonardo do Pinho diz que foi assediado moralmente por Almeida durante rotina de trabalho no Ministério dos Direitos Humanos
O sociólogo Leonardo do Pinho afirma que foi assediado moralmente pelo ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. Em declaração à imprensa, nesta quinta-feira,12, ele reiterou que foi xingado e ofendido.
Além dos fatos que teriam ocorrido durante a rotina de trabalho do ministério, Pinho diz ter recebido ameaça recente após denunciar o ex-ministro.
Leonardo Pinho afirmou em entrevista ao Portal Metrópoles que a relação com Almeida teve início ainda na transição de governo. Ele havia sido escolhido para chefiar a Diretoria de Promoção dos Direitos da População em Situação de Rua.
No ano passado, o tratamento dispensado a ele teria começado a mudar, incluindo gritos, xingamentos, batidas na mesa e batidas feitas pelo ministro no próprio peito enquanto falava com Pinho.
“O ministro me chamou para o gabinete dele, me disse que eu era incompetente e uma vergonha”, declarou o sociólogo. “Deu murros na mesa, bateu no próprio peito, foi agressivo, gritou, levantou da cadeira dele e veio do meu lado, a uns 20 centímetros, para me intimidar. Pensei que ele ia me agredir, me dar um soco”, contou ele.
Em outubro, o sociólogo teria sido convocado ao gabinete do ministro, que exigiu que ele gravasse as reuniões com a equipe. O motivo da vigilância de Almeida sobre os servidores seria a recusa pela assinatura de documentos fora do rito normal.
Coação
O Antagonista revelou que servidores da pasta foram coagidos a assinar um manifesto em defesa do auxiliar palaciano. No manifesto, compartilhado em um grupo de WhatsApp de servidores chamado “Povo dos DH” foi feito o seguinte apelo em prol do ministro dos direitos humanos.
“Olá gente querida. Desculpe escrever essa hora. É que o racismo de indivíduos maliciosos e instituições midiáticas não nos deixam descansar justa e pacificamente. Imagino que alguns e algumas de vocês viram a matéria publicada, irresponsavelmente, pelo Uol, fazendo ilações a respeito do ministro Silvio que, nem de longe, correspondem a realidade”, escreveu um assessor cuja identidade vamos preservar.
Ele continuou pedindo assinaturas em apoio ao ministro. “Contra mentiras e ofensas a gente se organiza e restabelece a verdade. Se você se sentiu ofendido e também quer demonstrar solidariedade ao ministro Silvio Almeida, bora de assinatura”.
Segundo informações do Diário Oficial, dos 27 desligamentos ocorridos em 2024, 18 foram a pedido dos próprios servidores.
As saídas no primeiro semestre incluem a de duas diretoras, cinco coordenadoras-gerais e 16 coordenadores, indicando uma alta rotatividade de cargos de liderança. Entre os desligamentos, seis funcionários não completaram sequer seis meses na equipe, enquanto outros oito permaneceram menos de um ano. O cenário reflete um ambiente de instabilidade e insegurança, segundo fontes ligadas ao órgão.
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