Senado quer urgência para reduzir prazo de inelegibilidade
A previsão é que o mérito do projeto seja votado na primeira semana de setembro pelos senadores
O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira, 28, um requerimento de urgência para o projeto que altera a Lei da Ficha Limpa e reduz o prazo de inelegibilidade dos políticos. A previsão é que o mérito da proposta seja votado na semana que vem, quando haverá esforço concentrado na Casa Legislativa, com sessões presenciais.
Ser for aprovado, o texto que já passou pela Câmara dos Deputados seguirá para a sanção presidencial. O projeto é de autoria da deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ) e conta com relatório favorável do senador Weverton Rocha (PDT-MA).
Além das mudanças relacionadas aos prazos, a proposta altera outras regras quanto à inelegibilidade e à sua suspensão.
“A legislação de vigência enseja, portanto, períodos diferentes de inelegibilidade, a depender do momento da perda do mandato. Pode ocorrer de um parlamentar cassado pela respectiva Casa Legislativa tornar-se por isso inelegível durante o prazo de 8 anos ou até mesmo por 15 anos, a depender do caso”, justifica Weverton.
O que diz a proposta
O projeto reduz a duração de inelegibilidade ao antecipar a contagem. Esse prazo continua sendo de oito anos, mas passaria a ser contado a partir do momento da condenação e não depois do cumprimento da pena. As novas regras, caso o projeto vire lei, terão aplicação imediata, até mesmo para condenações já existentes.
A iniciativa também estabelece um teto de 12 anos para o período de inelegibilidade. O projeto ainda determina que é preciso comprovar o dolo quando o político comete atos de improbidade.
O texto também amplia de quatro para seis meses o período de desincompatibilização de candidatos que são integrantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, militares e policiais.
Segundo Weverton, o projeto “aperfeiçoa a legislação eleitoral sobre inelegibilidade, especialmente a alteração pertinente ao prazo de duração da inelegibilidade, aqui igualado e limitado em todas as hipóteses para coibir distorções que hoje ocorrem, em que um detentor de mandato sofre pena determinada, e suas implicações sobre inelegibilidade incidem de forma desigual, e assim, afrontam o princípio constitucional da isonomia”.
Quem vai se beneficiar
Caso seja aprovada, a nova lei pode beneficiar o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que é pai da deputada Dani Cunha (União-RJ), autora do projeto. Também seriam afetados os ex-governadores Anthony Garotinho (RJ), José Roberto Arruda (DF) e Paulo Maluf (SP).
“A diminuição de tal prazo, conforme estabelecido pelo projeto em questão, contribui única e exclusivamente para a salvaguarda dos interesses daqueles que já se encontram na posição de representantes da cidadania, mas não foram capazes de desempenhar com retidão e moralidade tal função”, diz a nota assinada pelo Instituto Não Aceito Corrupção, a Transparência Internacional Brasil, a Associação Fiquem Sabendo, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral – MCCE e a Transparência Partidária.
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