Senado aprova Galípolo para o Banco Central
A aprovação do indicado do Planalto mostrou que a articulação governista, puxada pelo líder Jaques Wagner (PT-BA), foi exitosa
O Plenário do Senado aprovou, com 66 votos sim e cinco votos não, a indicação do economista Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central. Galípolo é nome indicado pelo presidente Lula para presidir a autarquia. A aprovação do indicado do Planalto mostrou que a articulação governista, puxada pelo líder Jaques Wagner (PT-BA), foi exitosa.
No plenário da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), primeira etapa da votação, foi visível o alinhamento entre Galípolo e parlamentares de oposição, que atribuíram a ele “simpatia” e “currículo invejável”. No plenário, o clima de tranquilidade sobre a indicação se repetiu, sem o registro de divergências por parte da ala bolsonarista.
Autonomia
Gabriel Galípolo não se comprometeu com a autonomia financeira e administrativa do órgão, durante sabatina no Senado. Ao responder sobre o tema, ele afirmou que a autonomia do BC precisa ser ‘reexplicada’ para cessar a polarização em torno do assunto.
“Aprendi que a palavra autonomia gera um debate acalorado. A gente precisa ‘reexplicar’ a autonomia. Se a gente pegar a literatura essencial sobre a autonomia do Banco Central, vemos que o Banco Central tem autonomia operacional para buscar as metas que foram estabelecidas pelo governo democraticamente eleito”, destacou.
O indicado de Lula fez ainda a seguinte analogia: “A gente só pode, até a adolescência, achar que a gente faz o que a gente entende, do jeito que a gente bem entende. Depois a gente não pode mais achar isso. A autonomia funciona da seguinte maneira: as metas estabelecidas e os objetivos estabelecidos são estabelecidos pelo Poder democraticamente eleito. Cabe ao Banco Central perseguir essas metas”.
ON X OFF
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) disse a O Antagonista que Galípolo é a favor da PEC relatada por ele, que confere ao Banco Central autonomia financeira e administrativa. Uma conversa reservada entre Galípolo e Valério divergiu das sinalizações feitas pelo economista durante a sabatina. “Ele me disse pessoalmente que é favorável à PEC que estou relatando”, afirmou o parlamentar.
Campos Neto
Indicado pelo ex-presidente, Jair Bolsonaro, o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defende que a autoridade monetária está a ‘asfixiada’ pela falta de autonomia administrativa e financeira. “Estamos com os recursos humanos muito estrangulados”. Campos Neto segue à frente do órgão até 31 de dezembro.
Divergência na base
O senador Marcelo Castro (MDB-PI) declarou voto contrário ao indicado do presidente Lula. Na avaliação de Castro, Galípolo não se comprometeu com a mudança da atual política de juros que privilegia “banqueiros” e penaliza a população.
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