Senado aperta o cerco sobre denúncias de assédio no governo
Damares Alves (Republicanos-DF) quer ouvir o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, sobre denúncias de assédio moral e sexual
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) quer ouvir, na Comissão dos Direitos Humanos do Senado, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, sobre as quase 1,5 mil denúncias de assédio sexual que envolvem o governo Lula. Ela quer saber quais são as providências adotadas pelo órgão para punir os supostos agressores.
“Cumpre ressaltar que quem sofre assédio já tem uma imensa dificuldade de denunciar aos órgãos competentes. Dessa forma, a apuração das denúncias feitas de forma célere é essencial para tentar extirpar a violência, uma vez que inibe o assediador de cometer o crime”, destaca a parlamentar.
A senadora afirma que foram registradas 453 denúncias de assédio sexual neste ano, de um total de 657. Em 2023, foram 920 denúncia habilitadas, 513 em 2022 e 178 em 2021.
O pedido de Damares pela oitiva do ministro é protocolado após os registros de denúncias de assédio envolvendo o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.
Coação
Servidores também teriam sido coagidos a assinar um manifesto em defesa do ministro, o que se configuraria assédio moral, conforme mostrou O Antagonista.
Segundo a apuração, não somente o ministro teria assediado moralmente alguns servidores como também a sua chefe de gabinete, Marina Basso Lacerda, e a secretária executiva Rita Cristina de Oliveira.
No manifesto, compartilhado em um grupo de WhatsApp de servidores do ministério chamado “Povo dos DH” há o seguinte apelo em prol do ministro dos direitos humanos.
“Olá gente querida. Desculpe escrever essa hora. É que o racismo de indivíduos maliciosos e instituições midiáticas não nos deixam descansar justa e pacificamente. Imagino que alguns e algumas de vocês viram a matéria publicada, irresponsavelmente, pelo Uol, fazendo ilações a respeito do ministro Silvio que, nem de longe, correspondem a realidade”, escreveu um assessor cuja identidade vamos preservar.
Ele continuou pedindo assinaturas em apoio ao ministro. “Contra mentiras e ofensas a gente se organiza e restabelece a verdade. Se você se sentiu ofendido e também quer demonstrar solidariedade ao ministro Silvio Almeida, bora de assinatura”.
Segundo informações do Diário Oficial, dos 27 desligamentos ocorridos em 2024, 18 foram a pedido dos próprios servidores.
As saídas no primeiro semestre incluem a de duas diretoras, cinco coordenadoras-gerais e 16 coordenadores, indicando uma alta rotatividade de cargos de liderança. Entre os desligamentos, seis funcionários não completaram sequer seis meses na equipe, enquanto outros oito permaneceram menos de um ano. O cenário reflete um ambiente de instabilidade e insegurança, segundo fontes ligadas ao órgão.
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