“Sempre interagimos com Lula”
A Bloomberg publicou mais uma excelente reportagem sobre o país, intitulada "A traição do Brasil", alinhavada sobre o escândalo de corrupção na Petrobras e o fato de que o milagre econômico brasileiro da última década foi, em grande parte, miragem.Uma parte da reportagem é dedicada à Odebrecht, como exemplo do capitalismo à brasileira. Diz a Bloomberg...
A Bloomberg publicou mais uma excelente reportagem sobre o país, intitulada “A traição do Brasil”, alinhavada sobre o escândalo de corrupção na Petrobras e o fato de que o milagre econômico brasileiro da última década foi, em grande parte, miragem.
Uma parte da reportagem é dedicada à Odebrecht, como exemplo do capitalismo à brasileira. Diz a Bloomberg: “A maior construtora da América Latina em receita é talvez a mais hábil entre as empreiteiras brasileiras no entrelaçamento de negócios com a política. Esse tem sido o caso desde 1944, quando Norberto Odebrecht, um engenheiro de 24 anos de idade e fala mansa, convenceu um banco estatal a socorrer a empreiteira do seu pai, Emílio Odebrecht & Cia ., da falência na cidade de Salvador, no Nordeste do Brasil. Norberto, em seguida, criou a empresa que leva seu nome, que absorveu o negócio do seu pai. A empreiteira é, agora, parte da Odebrecht SA, um conglomerado com 15 divisões, distribuídas por 21 países”.
Em 1991, Emílio, filho de Norberto, se tornou CEO da companhia e foi apresentado por Mário Covas a Lula. Segundo a Bloomberg, Marcelo Odebrecht, o atual presidente da empreiteira, disse que “desde então, sempre interagimos com Lula”. E acrescentou: “Se você acredita em um cara que vai ser importante e pode apoiar você no Congresso, você tem de apoiá-lo. Ao menos, ele vai recebê-lo e ouvi-lo”. Marcelo Odebrecht disse que a sua empresa fez contribuições para cerca de 150 integrantes do Congresso.
A respeito de Dilma Rousseff, Marcelo Odebrecht afirmou: “Interagimos muito com ela. Sempre tivemos uma relação de confiança”.
De acordo com a Bloomberg, sob Lula e Dilma Rousseff, o BNDES financiou 5,5 bilhões de reais para a empreiteira tocar projetos no exterior, mais do que para qualquer outra companhia, à exceção da Embraer.
Ao comentar as viagens de Lula pagas pela Odebrecht, Marcelo limitou-se a dizer: “Estamos tentando fortalecer a imagem do país.”
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