Segovia defende que PF feche delação sem MP
Em artigo na Folha, o novo diretor da Polícia Federal, Fernando Segovia, defende a celebração de acordos de delação premiada pela PF sem participação do Ministério Público, lembrando que o STF poderá decidir nesta semana a favor dessa possibilidade. Eis um trecho: "A decisão vai causar...
Em artigo na Folha, o novo diretor da Polícia Federal, Fernando Segovia, defende a celebração de acordos de delação premiada pela PF sem participação do Ministério Público, lembrando que o STF poderá decidir nesta semana a favor dessa possibilidade.
Eis um trecho:
“A decisão vai causar impacto diretamente na celeridade e efetividade de investigação de milhares de casos de corrupção; lavagem de dinheiro; sequestros; crimes violentos; distribuição e comércio de drogas; furtos de residências; assaltos à mão armada; aplicação de recursos públicos e de ações planejadas pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho dentro e fora dos presídios brasileiros.
(…) A Polícia Federal nunca buscou estabelecer penas, benefícios ou negociar perdão judicial com o investigado, mas tão somente receber a confissão qualificada do integrante da organização criminosa e investigar os dados, informações, atos e fatos fornecidos como meio de obtenção de prova, para identificar a maior quantidade criminosos, recuperar o produto do delito, descapitalizar o crime organizado e aprofundar a investigação.
A colaboração premiada como ferramenta de investigação policial segue um rigoroso padrão de análise e controle interno (…).
Não se pode escolher o que a polícia judiciária investigará, criar feudos nem limitar os meios de produção de prova que estão ao seu alcance, devendo a sociedade brasileira atentar para a perniciosa e sutil proposta de exclusão da delação premiada como importante ferramenta de trabalho da Polícia Federal e das polícias civis na luta contra o crime organizado.
O debate a respeito do papel dos órgãos públicos é, sem dúvida, inerente ao regime democrático e ao sistema de freios e contrapesos; portanto, amadurecidas as ideias, acredita-se que a capacidade e a legitimidade da Polícia Federal para firmar o acordo de delação premiada, assentadas em base constitucional e legal, também encontrarão o devido respaldo da nossa corte constitucional de Justiça, e novas operações Lava Jato se espalharão pelo país, com mais segurança jurídica.”
O Antagonista reafirma que PF e PGR devem trabalhar juntos. E, aproveitando a oportunidade, Segovia ainda explicou por que uma mala de propina pode não ser uma mala de propina.
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