Seca agrava a situação de produtores no Acre após cheias
Três meses após enfrentarem a segunda maior cheia do Rio Acre, agricultores de Rio Branco agora lutam contra a falta de chuva
A cidade de Rio Branco, no Acre, viveu extremos climáticos devastadores em 2023. Apenas três meses após a segunda maior cheia do Rio Acre ter destruído plantações, a falta de chuvas tem dificultado o crescimento de culturas agrícolas como milho, macaxeira e melancia. Esta situação afetou severamente a produção rural, deixando produtores em uma situação crítica, informou reportagem do G1.
Pedro Ferreira, um produtor rural de 57 anos da região do Quixadá, é um exemplo dos agricultores que sofreram com esses extremos. Em março, o nível do Rio Acre atingiu 17,89 metros, destruindo suas plantações. Agora, com a seca, ele estima que apenas 40% de sua produção será aproveitável.
“O milho não forma o grão, a macaxeira não se desenvolve, e a melancia não atinge o padrão de mercado. Sem recursos para irrigação, estamos à mercê do clima“, relatou Pedro ao portal de notícias.
Os efeitos da falta de chuva
Em junho, Rio Branco registrou apenas 21,1 milímetros de chuva, representando 34% do esperado. Sem precipitação adequada, o nível do Rio Acre na capital caiu para 1,75 metro. Este déficit hídrico tem impactado diretamente a agricultura local, atrasando o crescimento de diversas culturas.
Produtores como Romildo Marinho, que cultiva hortaliças, têm conseguido manter suas plantações graças à existência de açudes em sua propriedade. No entanto, ele expressa preocupação sobre a disponibilidade futura de água devido à severa estiagem.
“A preocupação é grande, pois sabemos que vai faltar água. Tanques já estão baixos e o período mais seco ainda está por vir“, afirmou Romildo.
Decreto de emergência no Acre
Diante da situação crítica, a Defesa Civil de Rio Branco começou a abastecer as comunidades rurais com água através de caminhões-pipa. Até agora, 32 comunidades estão sendo atendidas, com 14 caminhões transportando entre 6 mil e 18 mil litros de água cada.
Em 28 de junho, o prefeito Tião Bocalom decretou estado de emergência devido ao baixo nível do Rio Acre e à escassez de chuvas. Apesar do decreto, as medidas específicas ainda aguardam publicação no Diário Oficial do Estado.
Além disso, o governo do Acre criou um gabinete de crise para lidar com a redução dos índices de chuva e os riscos de incêndios florestais. Este grupo, instituído em 26 de junho, estará ativo até o final do ano, visando enfrentar os desafios impostos pela seca.
Cenário de seca Antecipada
Especialistas alertam que a seca, que normalmente ocorre mais tarde no ano, tem se antecipado e pode se tornar mais frequente. A situação do Rio Acre é alarmante, com o nível do rio ficando abaixo de 4 metros desde abril.
Em setembro de 2022, o rio registrou seu menor nível histórico, com 1,25 metro, e desde então, as condições climáticas adversas têm se repetido. Em 2016, o Rio Acre também sofreu uma severa seca, atingindo 1,30 metro em 17 de setembro.
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