Se Moro é suspeito, Gilmar é suspeitíssimo
Gilmar Mendes quer declarar Sergio Moro suspeito na processo do triplex que condenou Lula, abrindo caminho para que o chefão petista se livre também das outras ações criminais nas quais é réu, com base na livre interpretação de jornalistas petistas de mensagens roubadas por hackers estelionatários...
Gilmar Mendes quer declarar Sergio Moro suspeito na processo do triplex que condenou Lula, abrindo caminho para que o chefão petista se livre também das outras ações criminais nas quais é réu, com base na livre e marota interpretação de jornalistas petistas das mensagens roubadas por hackers estelionatários.
De acordo com essa livre e marota interpretação, Moro mantinha uma relação indevida com os procuradores da Lava Jato de Curitiba, em especial Deltan Dallagnol, porque o juiz teria orientado o trabalho de investigação da força-tarefa, transbordando do seu papel.
No entanto, soube-se hoje, por meio da colunista Bela Megale, de O Globo, que Gilmar reuniu-se com o procurador-geral da República, Augusto Aras, para conversar sobre a manutenção do foro privilegiado para o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, no caso da rachadinha. A PGR recomendou que o foro fosse mantido, o que seria ótimo para o rebento do chefe, e o assunto está sendo examinado no Supremo, sob a relatoria de Gilmar.
Bela Megale conta que “o parecer foi enviado ao STF por volta das 23h de quarta-feira (26). Na quinta-feira à noite, Aras foi ao gabinete de Gilmar conversar com o ministro. O procurador-geral defendeu a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que recomendou a rejeição do recurso apresentado pelo Ministério Público do Estado do Rio solicitando que o senador perca o foro especial”.
Não foi só isso, de acordo com a colunista:
“O tema da reunião, porém, foi além, e incluiu outros assuntos como os julgamentos no Conselho do MP envolvendo Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato alvo de críticas tanto de Aras quanto de Gilmar.
O ministro do STF disse a pessoas próximas que não decidirá a questão sozinho e que levará o recurso para julgamento da Segunda Turma “neste ano”, mas não especifica a data. Por hora, Gilmar não tem mostrado resistência à tese da PGR sobre Flávio.”
Se você acha que é pouco, tem mais:
“Interlocutores de Aras relataram que a PGR costuma se reunir com ministros do STF para despachar alguns temas. O procurador-geral também tem o hábito de ter reuniões com Gilmar Mendes. Procurada, a PGR afirmou que ‘Aras se reuniu como ministro Gilmar Mendes no STF para tratar de pautas diversas’.”
Obviamente, um ministro do STF que se reúne com o procurador-geral da República, para tratar de casos dos quais ele é relator, não tem condição nenhuma de declarar um juiz suspeito por ter trocado poucas mensagens com um procurador que cuidava de processos que tramitavam na sua vara, em procedimento hoje adotado por boa parte dos magistrados brasileiros, para agilizar o trabalho — mensagens que, repita-se, foram objeto de livre e marota interpretação de jornalistas aliados de Lula, uma vez que não há nada nelas, absolutamente nada, que configure violação do processo legal.
As mensagens entre Dallagnol e Moro e entre Dallagnol e outros procuradores da Lava Jato estão públicas, por obra dos hackers e dos seus cúmplices. As conversas entre Aras e Gilmar Mendes e Aras e outros ministros do Supremo permanecem secretas. A pergunta é: se fossem reveladas, será que elas precisariam de livre interpretação para que fossem consideradas indevidas?
Se Moro é suspeito, Gilmar é suspeitíssimo.
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