“Se ele não tivesse escancarado que é o candidato de Bolsonaro, até poderia ter nosso apoio”
Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, disse hoje, no almoço na casa de Rodrigo Maia, que o partido topa apoiar "qualquer candidato" à presidência da Câmara que se oponha a Arthur Lira (Progressistas), apoiado por Jair Bolsonaro...
Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, disse hoje, no almoço na casa de Rodrigo Maia, que o partido topa apoiar “qualquer candidato” à presidência da Câmara que se oponha a Arthur Lira (Progressistas), apoiado por Jair Bolsonaro.
“Eu disse que precisamos decidir o nome. E o melhor nome é o que unir mais gente e o que tiver condições de derrotar o Palácio do Planalto. Qualquer que seja esse candidato, estamos de acordo”, disse ele, evitando citar nomes.
O diretório nacional do PSB decidiu não apoiar Lira, por 80 votos a 0, mas há uma parte da bancada de 31 deputados que já anunciou apoio ao alagoano.
“Nós temos uma decisão do partido e vamos levar a cabo o que o partido decidiu. Não vamos apoiar o senhor Lira. Vamos tratar de debelar, na medida do possível, os posicionamentos contrários. Mas claro que não podemos controlar o voto de ninguém, porque o voto é secreto.”
Perguntamos se há chance de punição, como no caso das infidelidades durante a votação da reforma da Previdência.
“Não. Olha, veja bem, tomamos uma decisão e essa decisão vai ser cumprida. Dissidências existem aqui e acolá. Temos uma meia dúzia desse grupo que só está esperando a janela partidária para sair do partido, nem consideramos mais que eles sejam do partido. Quando saírem, vamos ficar muito felizes.”
Questionamos sobre acordos feitos com Lira nas eleições municipais e que possam interferir na disputa pelo comando da Câmara.
“O Arthur Lira veio aqui no partido, a meu convite. Eu pedi o apoio dele ao JHC [deputado do PSB eleito prefeito de Maceió no segundo turno], mas eu jamais garanti a ele que esse gesto seria compensando com apoio à presidência da Câmara. Se ele não tivesse escancarado que é o candidato de Bolsonaro, até poderia ter nosso apoio.”
Segundo Siqueira, a militância socialista tem feito “apelos dramáticos” para que os deputados do partido não votem em Lira.
“E acho que essas pessoas têm razão. Não temos nada de reparo pessoal ao Lira. É uma questão política, da luta política. É a democracia versus o autoritarismo, não é questão de esquerda ou direita.”
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