Em meio ao avanço da Ômicron, Saúde admite que apagão de dados já dura quase um mês
O Ministério da Saúde admitiu nesta sexta (7) que o apagão de dados sobre Covid no Brasil já dura quase um mês. Os dados lançados depois de 10 de dezembro, dia do ataque hacker, ainda não constam da plataforma InfoGripe...
O Ministério da Saúde admitiu nesta sexta (7) que o apagão de dados sobre Covid no Brasil já dura quase um mês. Os dados lançados depois de 10 de dezembro, dia do ataque hacker, ainda não constam da plataforma InfoGripe.
A confirmação do apagão ocorre em meio ao avanço da Ômicron no país.
“O Ministério da Saúde informa que as plataformas e-SUS Notifica, SI-PNI e Conecte SUS foram restabelecidas há duas semanas, possibilitando a inclusão de dados por estados e munícipios”, disse a pasta, em nota a O Antagonista.
Porém, “[o]s dados lançados após o dia 10 de dezembro ainda não constam nas plataformas. Entretanto, todas as informações podem ser registradas pelos gestores locais e, assim que a integração de dados for restabelecida, os registros poderão ser acessados pelos usuários”.
O ministério ainda não respondeu quando essa integração de dados será restabelecida.
A Fiocruz explicou que o significa o apagão. “Em decorrência do ataque recente [em 10 de dezembro] ao sistema do Ministério da Saúde, alguns fluxos de acesso e repasse legítimo de dados foram afetados”, escreveu a instituição, também em nota a O Antagonista.
“Dentre eles, o repasse semanal dos dados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) do SIVEP-Gripe para atualização do sistema InfoGripe. Em função disso, os dados digitados até o encerramento da semana epidemiológica 49 (5 a 11 de dezembro) ainda não foram integrados ao InfoGripe para análise de situação atual.”
A falta de carregamento dos dados na plataforma “afeta não apenas as análises referentes à semana 49, mas também às semanas anteriores, por conta das atualizações em casos já notificados (inserção de resultado laboratorial, evolução do caso para alta/óbito, entre outros), bem como a própria inserção de casos ocorridos em semanas passadas mas que só foram digitados na semana 49”, acrescentou a Fiocruz.
Uma consequência é “a incapacidade de acompanhar os resultados laboratoriais associados aos casos de novembro que ainda não haviam sido notificados. Tal informação é de fundamental importância para avaliar, por exemplo, se a tendência de aumento apontada em diversos estados no boletim do InfoGripe da semana 48 [28 de novembro a 4 de dezembro] já estaria associada ao vírus Influenza ou se ainda seria decorrência majoritariamente da COVID-19, bem como a avaliação preliminar dos vírus respiratórios já identificados em casos associados a própria semana 49”, disse também a Fiocruz.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal acrescentou que “mesmo após o restabelecimento dos sistemas, alguns ainda apresentam falhas vez ou outra, e o Open DataSUS segue fora do ar, o que impossibilita a extração dos dados”.
Já a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul informou que a última atualização do painel da vacinação no estado ocorreu em 9 de dezembro.
“O sistema chegou a voltar a ser reestabelecido no final de dezembro para consulta ou registro de novos dados, porém ele ainda não está fornecendo o acesso ao banco de dados completo, pelo qual a SES carrega as informações que geram os números do painel do Estado”, acrescentou a secretaria gaúcha.
A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul também afirmou que a publicação dos dados de casos e óbitos de Covid pelo estado (mas não pelo governo federal) foi normalizada em 27 de dezembro.
“Durante o período no qual o sistema ficou fora do ar, os municípios vinham mantendo as notificações em sistemas paralelos (sistemas próprios, fichas manuais ou digitais) puderam então começar a importação ou digitação dos dados no sistema que desde então vem sendo publicados conforme realizados os registros”, disse, em nota.
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