São Paulo terá segundo turno entre Nunes e Boulos
Pablo Marçal (PRTB) ficou em terceiro lugar, com 28,1%
Após uma campanha conflagrada, a disputa no segundo turno pela prefeitura de São Paulo será entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), Nunes tem 29,48% dos votos válidos contra 29,07% do deputado psolista.
Pablo Marçal (PRTB) ficou em terceiro lugar, com 28,14%; seguido por Tabata Amaral (PSB), com 9,91%; José Luiz Datena (PSDB), 1,84%; e Marina Helena (Novo), 1,38%.
O PSDB sai dessas eleições como o maior derrotado na capital paulista. Se antes o partido era a grande força em São Paulo e mantinha na capital paulista uma espécie de fortaleza intransponível, após a morte de Bruno Covas o tucanato perdeu o rumo e o resultado das urnas pode ser o pior desde a redemocratização.
Datena teve um desempenho pífio e ao longo da campanha caiu a ponto de, na hora das urnas, ter ficado próximo da novata Marina Helena (Novo).
Do outro lado, o surgimento de Pablo Marçal embolou o jogo em São Paulo. Com sua política de lacração ao estilo Jair Bolsonaro, o ex-coach ganhou o coração do eleitor mais alinhado ao ex-presidente e conseguiu contornar o apoio público do capitão reformado ao prefeito Ricardo Nunes.
Os padrinhos políticos federais, inclusive, tiveram pouca influência na campanha em São Paulo. Lula tentou catapultar a candidatura de Boulos, mas sem sucesso. Houve pouca variação de votos pró-Boulos mesmo com a ajuda do presidente da República; do lado de Ricardo Nunes, a situação é ainda pior.
Não somente o emedebista não conseguiu cativar o eleitor bolsonarista, como ele ainda foi obrigado a observar de camarote a debandada de vários deputados federais alinhados ao ex-presidente da República para o palanque de Marçal.
Campanha marcada por violência física e até laudo falso
A campanha deste ano para a prefeitura de São Paulo também foi marcada pela violência e por atos atípicos. Houve uma cadeirada de Datena em Marçal no debate da TV Cultura e no debate do Flow um assessor de Marçal deu um soco no olho do coordenador de campanha de Nunes, Duda Lima.
Por isso, os debates foram marcados por muita tensão. O da Rede TV teve cadeiras parafusadas; no da TV Record, foram proibidos copos de vidro. E no da TV Globo, a segurança dos candidatos foi reforçada.
O último episódio de uma campanha conflagrada foi a divulgação de um falso laudo médico por Pablo Marçal para comprovar o suposto uso de cocaína por Guilherme Boulos. Em menos de 24 horas, o laudo foi desmentido – inclusive pela Polícia Civil de SP – e o ex-coach passou a ser alvo de investigações da Polícia Federal e do ministro do STF Alexandre de Moraes por burlar a decisão de uso do X.
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