São Paulo terá eleição mais disputada da história e PSDB vira nanico
Três candidatos disputam duas vagas no segundo turno; padrinhos políticos tiveram pouca importância em resultado
Após um primeiro turno marcado por atos de violência física e verbal, com direito a socos e até uma cadeirada ao vivo em um debate televisivo, aproximadamente 10 milhões de eleitores paulistanos vão às urnas neste domingo no pleito mais disputado da história da maior cidade do país.
Três candidatos disputam dois lugares no segundo turno segundo as principais pesquisas de intensão de voto: o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o ex-coach e empresário Pablo Marçal (PRTB).
Tabata Amaral (PSB), quarta colocada nas pesquisas, ainda acredita que pode tirar o lugar de Boulos, mas até mesmo seus aliados admitem nos bastidores que ela cresceu “tarde demais”. Nas últimas sondagens de Datafolha e Quaest divulgadas no sábado, ela perdeu terreno e já há um indicativo de voto útil para Boulos.
O apresentador José Luiz Datena (PSDB), outra novidade desta eleição, não empolgou e, caso os institutos de pesquisa estejam corretos, deve amargar a quinta colocação. Há possibilidade de ele ficar atrás até da neófita Marina Helena (Novo), que até junho era desconhecida do grande público.
PSDB foi o maior derrotado da eleição em SP
Neste cenário, as eleições em São Paulo já tem o seu primeiro derrotado: o PSDB. Se antes o partido era a grande força em São Paulo e mantinha na capital paulista uma espécie de fortaleza intransponível, após a morte de Bruno Covas o tucanato perdeu o rumo e o resultado das urnas pode ser o pior desde a redemocratização.
Caso as pesquisas estejam corretas, Datena conseguiria alavancar algo em torno de 3% do eleitorado. Em resumo: o PSDB não chegaria nem a 500 mil votos. Uma tragédia.
Do outro lado, o surgimento de Pablo Marçal embolou o jogo em São Paulo. Com sua política de lacração ao estilo Jair Bolsonaro, o ex-coach ganhou o coração do eleitor mais alinhado ao ex-presidente e conseguiu contornar o apoio público do capitão reformado ao prefeito Ricardo Nunes.
Os padrinhos políticos federais, inclusive, tiveram pouca influência na campanha em São Paulo. Lula tentou catapultar a candidatura de Boulos, mas sem sucesso. Houve pouca variação de votos pró-Boulos mesmo com a ajuda do presidente da República; do lado de Ricardo Nunes, a situação é ainda pior.
Não somente o emedebista não conseguiu cativar o eleitor bolsonarista, como ele ainda foi obrigado a observar de camarote a debandada de vários deputados federais alinhados ao ex-presidente da República para o palanque de Marçal.
Campanha marcada por violência física e até laudo falso
A campanha deste ano para a prefeitura de São Paulo também foi marcada pela violência e por atos atípicos. Houve uma cadeirada de Datena em Marçal (foto) no debate da TV Cultura e no debate do Flow um assessor de Marçal deu um soco no olho do coordenador de campanha de Nunes, Duda Lima.
Por isso, os debates foram marcados por muita tensão. O da Rede TV teve cadeiras parafusadas; no da TV Record, foram proibidos copos de vidro. E no da TV Globo, a segurança dos candidatos foi reforçada.
O último episódio de uma campanha conflagrada foi a divulgação de um falso laudo médico por Pablo Marçal para comprovar o suposto uso de cocaína por Guilherme Boulos. Em menos de 24 horas, o laudo foi desmentido – inclusive pela Polícia Civil de SP – e o ex-coach passou a ser alvo de investigações da Polícia Federal e do ministro do STF Alexandre de Moraes por burlar a decisão de uso do X.
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