São Paulo perto de uma epidemia de dengue
Segundo a OMS, taxas acima de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes indicam uma situação de epidemia e SP está com uma taxa de 295
De acordo com dados oficiais divulgados pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, atualmente são registrados 295 casos para cada 100 mil habitantes na capital paulista.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), taxas acima de 300 casos por 100 mil habitantes indicam uma situação de epidemia.
Os números da vigilância epidemiológica municipal mostram um crescimento de 1.668% nos casos de dengue na cidade. Em apenas dez semanas deste ano, já foram confirmados 35.417 casos, enquanto no mesmo período do ano anterior foram registrados apenas 2.003 casos. Os dados também revelam que mulheres entre 20 e 49 anos estão entre os grupos mais vulneráveis à doença.
Números da dengue em São Paulo
Em todo o estado de São Paulo, já foram notificados 558.475 casos de dengue, sendo que 224.945 foram confirmados e outros 106.190 estão em investigação. Também há registros de 72 óbitos relacionados à doença e outros 186 estão sob investigação.
O governo do estado já decretou estado de emergência no dia 5 de março. Ao todo, 44 municípios paulistas estão em estado de emergência.
De acordo com o médico infectologista Evaldo Stanislau, um dos principais motivos para a expansão da dengue é a mudança climática. A chegada do fenômeno El Niño trouxe uma onda de calor e umidade, condições favoráveis para a proliferação dos mosquitos transmissores da doença. Além disso, muitas pessoas, principalmente crianças e jovens, não possuem imunidade contra o vírus, pois nunca tiveram contato com a doença. Por fim, o próprio ciclo natural da dengue contribui para o aumento dos casos.
Vacinação contra dengue
A vacinação contra a dengue está abaixo do esperado. Apenas duas em cada dez vacinas entregues pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foram aplicadas. Das 1,2 milhão de doses distribuídas pelo governo federal para 521 municípios, apenas 250 mil foram aplicadas até o momento.
O Ministério da Saúde selecionou 521 municípios de 16 estados brasileiros, além do Distrito Federal, para realizar a vacinação contra a dengue pelo SUS. A vacinação está ocorrendo desde fevereiro e tem como público-alvo crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, que são os mais afetados pela doença.
Em São Paulo, a vacina contra a dengue está disponível gratuitamente nos postos de saúde dos seguintes municípios: Arujá, Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Santa Izabel, Salesópolis e Suzano. Além disso, o imunizante também pode ser encontrado em hospitais e clínicas particulares em todo o estado.
Nunes repassa R$ 240 mi para o combate à dengue
A cidade de São Paulo contará com um aporte de R$ 240 milhões destinados a iniciativas para combater a dengue. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 13, pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB/foto), que ressaltou a importância dessas ações no enfrentamento da doença.
Os recursos serão utilizados em diversas frentes, incluindo a ampliação do horário de funcionamento das unidades de atendimento médico ambulatorial (AMA) até às 22h, a contratação de 500 médicos adicionais, a aquisição de 30 caminhonetes para nebulização e a inclusão de 3,2 mil agentes do programa Operação Trabalho (POT), sendo 100 em cada uma das 32 subprefeituras.
Testes de dengue
Para identificar se está infectado com dengue, existem vários tipos de testes disponíveis, como o RT-PCR, antígeno NS1 e sorologia. Cada teste deve ser realizado de acordo com o estágio da doença e os sintomas apresentados. É essencial seguir as orientações médicas para a realização adequada dos testes.
É fundamental que a população adote medidas para eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Recomenda-se eliminar pratos de plantas que acumulem água, descartar corretamente pneus usados, retirar objetos que possam acumular água nos quintais e verificar possíveis vazamentos de água. A prevenção é fundamental para combater a doença.
O Centro de Operações de Emergências (COE) do governo de São Paulo planeja distribuir 300 mil unidades de repelentes específicos para gestantes durante o período de emergência. A iniciativa visa atender cerca de 50 mil mulheres grávidas no estado.
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