São Paulo entra no 3º dia sem luz e crise política se intensifica
Governador e prefeito criticam duramente a Enel; cerca de 700 mil imóveis continuam sem energia
A crise de energia na Grande São Paulo chega ao terceiro dia, deixando 700 mil imóveis sem eletricidade após o forte temporal desta sexta, 11.
A Enel, concessionária responsável, enfrenta críticas do governo estadual e federal por não cumprir o plano de contingência. O presidente da empresa, Guilherme Alencastre, não deu prazo para a solução completa, o que aumenta a pressão sobre a companhia.
Segundo a Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo (Arcesp) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Enel prometeu empregar 2,5 mil funcionários para lidar com o apagão, mas, até este domingo, 13, contava com apenas 1,8 mil. O número correto só deve ser atingido nesta segunda-feira, 14, três dias após o início da crise.
O governador Tarcísio de Freitas exigiu que o governo federal e a Aneel iniciem imediatamente o processo de caducidade do contrato da Enel, devido à ineficiência da empresa em crises anteriores. Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, em campanha pela reeleição, chamou a Enel de “inimiga do povo” e criticou o governo federal por não romper a concessão.
A crise gerou tensão política entre Nunes e Guilherme Boulos (PSOL), adversário no segundo turno. Boulos acusa o prefeito de falhar em medidas preventivas contra os efeitos dos temporais.
Além da falta de luz, sete mortes foram confirmadas devido ao temporal, que também afetou o abastecimento de água em diversos municípios. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que 165 semáforos ainda estão fora de operação.
A Enel afirma estar priorizando hospitais e clientes com equipamentos essenciais para a vida. Técnicos de outros estados foram deslocados para ajudar, mas o cenário segue complicado, e a normalização completa pode levar até esta quarta-feira, 16.
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