Saiba tudo o que disseram médico e paciente da Prevent à CPI
O médico Walter Correa, ex-funcionário da Prevent Senior, e Tadeu Frederico, que foi internado com Covid em um hospital da operadora de planos de saúde, prestaram depoimento à CPI da Covide nesta quinta-feira (7). Eles detalharam a pressão que a empresa exercia para que os médicos prescrevessem medicamentos sem eficácia comprovada...
O médico Walter Correa, ex-funcionário da Prevent Senior, e Tadeu Frederico, que foi internado com Covid em um hospital da operadora de planos de saúde, prestaram depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira (7).
Eles detalharam a pressão que a empresa exercia para que os médicos prescrevessem medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid.
Os depoentes comentaram o “tratamento paliativo” oferecido pela Prevent, que teria o objetivo de “eliminar o paciente de alto custo“.
Medicamentos ineficazes
- Os depoentes relataram aos senadores a insistência da Prevent Senior na defesa do Kit Covid, composto por substâncias ineficazes contra a doença.
- Segundo o médico Walter Correa, “se não prescrevesse, era demissão”. Ele afirmou que a maioria dos profissionais cederam à pressão da empresa.
- Walter citou uma recomendação da Prevent para qualquer sintoma gripal: “toma o kit e vai embora”. O ex-funcionário da empresa disse que a diretoria era mais rígida do que a Polícia Militar.
- O paciente Tadeu Frederico afirmou que foi submetido ao tratamento com o kit e que piorou após tomar as substâncias.
Tratamento paliativo
- Os depoentes criticaram duramente o suposto “tratamento paliativo” oferecido pela Prevent Senior. Como revelado em sessões anteriores da CPI, o protocolo da operadora de planos de saúde permitia que, após 21 dias de internação em UTI, a classificação de um paciente poderia ser alterada e ele poderia ser transferido para um leito comum de enfermaria, para receber sedativos para “amenizar a dor”.
- O médico Walter Correa disse que profissionais paliativistas trabalhavam até no pronto atendimento das unidades do plano de saúde. Segundo ele, a medida foi “macabra” e leva a decisões erradas.
- O paciente Tadeu Frederico, que recebeu o “tratamento paliativo”, disse que foi submetido ao procedimento sem autorização de sua família e com base no prontuário de outra pessoa. Ele ouviu dos médicos que seu caso “não tinha solução”.
- Tadeu disse que a Prevent promove o “tratamento paliativo” com o objetivo de “eliminar o paciente de alto custo”.
Uso de máscaras de proteção
- O médico Walter Correa disse que os funcionários do plano foram proibidos de usar máscaras de proteção durante atendimento aos pacientes, quando já havia um surto de infecções.
- Segundo ele, não existia autonomia nem para proteger a própria vida.
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