Saadi atribui salto de produtividade na PF do Rio a operações contra corrupção
Durante o período em que Ricardo Saadi chefiou a Polícia Federal no Rio de Janeiro, a superintendência no estado saltou da 24ª para a 4ª posição no índice de produtividade operacional da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor). O salto foi informado hoje pelo delegado em depoimento no inquérito que apura a interferência de Jair Bolsonaro na PF...
Durante o período em que Ricardo Saadi chefiou a Polícia Federal no Rio de Janeiro, a superintendência no estado saltou da 24ª para a 4ª posição no índice de produtividade operacional da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor).
O salto foi informado hoje pelo delegado em depoimento no inquérito que apura a interferência de Jair Bolsonaro na PF. Saadi ocupou o ocupou o cargo do início de 2018 a agosto de 2019, quando teve a saída antecipada a pedido de Bolsonaro — na época, o presidente disse que ele seria substituído por motivos de “gestão e produtividade”.
“Questionado especificamente se credita sua dispensa como superintendente do Rio de Janeiro à insuficiência no desempenho ou a algum erro grave, nega tais motivos uma vez que, ao assumir a Superintendência, a unidade se encontrava em vigésimo quarto lugar no índice de produtividade operacional da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor/PF) e quando de sua dispensa, conforme o último relatório então disponível (referente ao final de julho de 2019), ostentava a quarta posição”, diz trecho do depoimento.
À defesa de Sergio Moro, presente no depoimento, Saadi atribuiu o aumento na produtividade à “reorganização da gestão e em razão da deflagração de várias operações, dentre elas cita a Operação Furna da Onça, Câmbio Desligo, Boca de Lobo, prisão do doleiro Dario Messer”.
Deflagrada em novembro de 2018, a Furna da Onça desbaratou um esquema de propinas pagas mensalmente a deputados estaduais pelo ex-governador Sergio Cabral.
Foi nesta operação que o Coaf descobriu movimentações atípicas na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, levantando a suspeita de rachadinhas no salário de funcionários do antigo gabinete na Alerj do atual senador.
No depoimento, Saadi disse, no entanto, que, durante seu período como superintendente no Rio, nunca recebeu pedidos de interferência de Jair Bolsonaro nas investigações que eram tocadas pela PF no estado, inclusive sobre familiares do presidente.
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