Rússia diz que Anvisa foi pressionada pelos EUA a rejeitar Sputnik V e cita STF
O Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), patrocinador das pesquisas da Sputnik V, disse nesta terça (27) que a decisão da Anvisa de rejeitar a importação da vacina foi de natureza política, pressionada pelo governo dos Estados Unidos...
O Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), patrocinador das pesquisas da Sputnik V, disse nesta terça (27) que a decisão da Anvisa de rejeitar a importação da vacina foi de natureza política, pressionada pelo governo dos Estados Unidos.
“A decisão da Anvisa de atrasar a aprovação da Sputnik V é, infelizmente, de natureza política, e não tem nada a ver com o acesso da agência reguladora à informação ou à ciência”, diz o texto, enviado em inglês à imprensa brasileira.
O texto russo cita um relatório do Departamento de Saúde dos Estados Unidos, publicado no fim do governo Trump e revelado por O Antagonista. Segundo o relatório dos próprios americanos, o governo Trump atuou “para persuadir o Brasil a rejeitar a vacina russa contra a COVID-19”.
Esse relatório foi publicado em janeiro, meses antes de a Anvisa discutir a importação da vacina russa. Foi também apenas agora em abril que técnicos da Anvisa visitaram a Rússia.
Segundo o RDIF, o Centro Gamaleya confirmou que não foram encontrados adenovírus replicantes nos lotes da vacina. O gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, disse ontem que “um dos pontos críticos e cruciais que nós observamos foi a presença de adenovírus replicante na vacina”, uma não-conformidade grave.
Segundo Mendes, esse adenovírus replicante foi detectado em todos os lotes inspecionados pela agência. Sua presença significa que a vacina poderia causar adenovirose, por exemplo.
O RDIF acrescentou que a decisão da Anvisa seria uma contradição à da Comissão de Biossegurança, do Ministério da Ciência e Tecnologia, que aprovou ontem a liberação comercial da Sputnik V. As análises, porém, são distintas.
Ao final do comunicado, o fundo russo destaca que o STF irá analisar a decisão da Anvisa ainda esta semana.
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