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RS não estava no mapa de risco de inundações do governo

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4 minutos de leitura 17.05.2024 14:11 comentários
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RS não estava no mapa de risco de inundações do governo

Dados da plataforma Adapta Brasil revelam baixo risco para inundações, enxurradas e alagamentos no Rio Grande do Sul

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RS não estava no mapa de risco de inundações do governo
Foto: Mauricio Tonetto / Secom

O estado do Rio Grande do Sul, que atualmente tem quase 80 mil pessoas em abrigos públicos devido às chuvas recentes, aparece na plataforma Adapta Brasil, gerida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), como uma região com baixo risco para inundações, enxurradas e alagamentos.

Essa plataforma, lançada em 2020, não é utilizada para gerar alertas, mas sim como um parâmetro para os gestores avaliarem a necessidade de medidas de adaptação e mitigação das mudanças climáticas, informou reportagem do O Globo.

Surpreendentemente, a capital Porto Alegre, que está debaixo d’água há mais de uma semana, também é classificada como uma região com baixo índice de risco para alagamentos. No entanto, quando se trata da ameaça causada pelas mudanças climáticas nesse tipo de evento, a cidade apresenta um nível muito alto. Além disso, a vulnerabilidade da população de Porto Alegre também é considerada muito baixa.

A realidade não corresponde aos dados

Por outro lado, existem cidades em que a realidade não corresponde aos dados apresentados pela plataforma Adapta Brasil. Bento Gonçalves, por exemplo, possui um índice de risco muito baixo para enchentes, inundações e enxurradas. Lajeado, outro município afetado pelas chuvas intensas, tem um índice médio de risco para esse tipo de evento climático. Ambas as cidades apresentam vulnerabilidade classificada como muito baixa.

No entanto, há dois municípios gravemente afetados pela tragédia das enchentes que são classificados como de alto risco. Eldorado do Sul, que teve 100% de sua área urbana atingida pelas enchentes, possui um índice de vulnerabilidade baixo. Canoas também apresenta um risco alto, mas a vulnerabilidade é considerada baixa e a capacidade adaptativa é alta.

Daniela Stump, professora do MBA ESG e Impacto da Trevisan Escola de Negócios, que falou ao jornal carioca, destaca um indicador adicional da plataforma Adapta Brasil, que é a sensibilidade. Esse indicador mostra o grau em que um sistema socioecológico pode ser afetado ou modificado por desastres geo-hidrológicos. Das cinco cidades avaliadas, quatro apresentam um índice baixo ou muito baixo nesse aspecto. Apenas Eldorado do Sul possui um índice médio.

“Ameaça” dos eventos climáticos

O indicador mais importante da plataforma Adapta Brasil é a “ameaça” dos eventos climáticos, que faz parte do índice de vulnerabilidade. Esse índice leva em consideração informações como a adequação dos domicílios, faixa etária e educacional da população, infraestrutura do município, saneamento e mobilidade.

No entanto, a situação atual da capital gaúcha e de outras cidades do Rio Grande do Sul mostra que a infraestrutura existente tem pouco impacto diante de eventos tão extremos. No final das contas, tudo fica submerso em água e a população sofre independentemente do nível de instrução.

Dificuldade na previsão

Regina Alvalá, diretora substituta do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), disse ao O Globo que existe a dificuldade em prever a quantidade de chuva que vai cair. Ela ressalta que em 2020 foi identificada a necessidade de ampliar a lista de municípios monitorados pelo Cemaden 24 horas por dia, sete dias por semana. No entanto, somente a partir de 2023, com a troca de governo, o projeto poderá avançar.

Regina alerta que, apesar do aumento dos eventos extremos, nenhum município brasileiro possui atualmente um plano completo de adaptação às mudanças climáticas. Ela reconhece que é necessário investir em estudos mais detalhados, que indiquem, por exemplo, o limite crítico de chuva capaz de causar deslizamentos em áreas de risco. No entanto, os custos de monitoramento e detalhamento dos impactos são altos.

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