Rondônia declara emergência devido aos incêndios florestais
Governo estadual intensifica esforços para combater incêndios e proteger população e meio ambiente em meio a crise de estiagem
O governo de Rondônia oficializou a declaração de situação de emergência devido aos incêndios florestais que assolam a região. A decisão, publicada no Diário Oficial do estado, destaca a “situação crítica de estiagem” que se prolonga desde o segundo semestre de 2023, em razão da acentuada diminuição das chuvas. Este cenário tem criado condições propícias para a proliferação de queimadas, que atingem proporções alarmantes.
Dados de 2024 revelam um aumento expressivo nos focos de incêndio. Rondônia, até o momento, contabiliza 4.197 focos em áreas urbanas e rurais, além de 690 em áreas de conservação ambiental, totalizando 4.887 focos. Estes números representam o dobro dos registrados no mesmo período de 2023, quando as queimadas já preocupavam as autoridades. Como consequência, cerca de 107.216 hectares de floresta foram devastados pelo fogo, agravando a crise ambiental no estado.
A escassez de chuvas não só persiste, como tende a continuar por pelo menos mais três meses, segundo as previsões meteorológicas citadas no decreto. Esse período prolongado de seca provoca uma redução drástica nos níveis dos rios e na umidade relativa do ar, fatores que aumentam os riscos de incêndios florestais e queimadas urbanas. Além disso, a saúde pública e o meio ambiente sofrem impactos significativos, agravados pelas condições climáticas adversas.
Desafios no combate aos incêndios
As equipes de combate a incêndios enfrentam desafios crescentes para conter as chamas, especialmente em regiões de difícil acesso. A infraestrutura precária em áreas isoladas dificulta a chegada rápida e eficaz dos recursos necessários para controlar os focos de incêndio.
O governo de Rondônia, ao considerar esses obstáculos, destaca no decreto a necessidade urgente de mobilizar todos os esforços disponíveis para mitigar os danos causados pelos incêndios.
A seca extrema que assola o estado também tem impacto direto nos corpos hídricos, com o Rio Madeira registrando níveis excepcionalmente baixos. Esse fenômeno, agravado pelo El Niño e pelas mudanças climáticas globais, coloca Rondônia em uma situação de extrema vulnerabilidade, tanto ambiental quanto socioeconômica. As queimadas, impulsionadas por essas condições, tornaram-se uma ameaça constante para as populações locais e para a biodiversidade da região.
Medidas emergenciais
O governo ressalta ainda os graves prejuízos econômicos e sociais decorrentes das queimadas. As populações mais vulneráveis, incluindo crianças, idosos e indivíduos com condições de saúde preexistentes, estão entre as mais afetadas pelos efeitos adversos da poluição do ar. Além disso, a atividade agrícola, a pecuária e a navegabilidade dos rios estão seriamente comprometidas, impactando diretamente a economia local e as condições de vida da população.
A declaração de emergência, válida por 180 dias a partir da publicação do decreto, visa permitir a adoção de medidas extraordinárias para enfrentar a crise. Isso inclui a destinação de recursos adicionais e a mobilização de forças-tarefa para combater os incêndios e minimizar os impactos na saúde pública e no meio ambiente.
O governo de Rondônia enfatiza que a resposta aos desastres provocados pelas queimadas exigirá esforços que ultrapassam os planejamentos anuais e plurianuais das secretarias estaduais, com um impacto considerável nos orçamentos destinados ao enfrentamento de outras crises previstas.
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