Romário e Marcos Braz em delação sobre desvio de dinheiro no Rio
O senador e o vice-presidente de futebol do Flamengo são acusados de desviar recursos de projetos sociais ligados ao Centro Brasileiro de Ações Sociais para Cidadania (Cebrac)
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam o senador Romário (PL-RJ) e o vereador Marcos Braz (PL), vice-presidente de futebol do Flamengo, por suposto esquema de desvio de dinheiro de projetos de esportes da prefeitura do Rio de Janeiro, registrou o Uol.
As acusações constam na delação do premiada do empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva, que chegou a ser preso em 2019 por desviar recursos de projetos sociais do governo e da prefeitura do Rio.
Segundo o delator, o vice-presidente do Flamengo fazia o recolhimento de valores para “favorecimento ilícito de Romário”.
Contratos de 13 milhões de reais com o Cebrac
Os pagamentos, diz Marcus Vinícius, ocorreram durante a passagem de Braz pelo comando da Secretaria Municipal de Esportes do Rio, onde permaneceu entre janeiro de 2015 e março de 2016, após indicação do senador do PL.
O MPF solicitou à prefeitura do Rio de Janeiro informações sobre os contratos assinados por Marcos Braz com o Centro Brasileiro de Ações Sociais para Cidadania (Cebrac), no valor total de 13 milhões de reais, para a gestão de vilas olímpicas. Os desvios, de acordo com o delator, ocorriam por meio de valores superfaturados nos pagamentos de serviços prestados.
Assinado em julho de 2015, o primeiro contrato previa a gestão da Vila Olímpica do Greip (Grêmio Recreativo e Esportivo dos Industriários da Penha), por 4,5 milhões de reais. Já o segundo, assinado em novembro do mesmo ano, foi para a administração da Vila Olímpica Nilton Santos, no valor de 8,5 milhões de reais.
O que dizem Romário e Marcos Braz sobre a acusação?
Em nota, o senador Romário afirmou que a delação “possui narrativa vaga e imprecisa” e que “não responde pelas ações do secretário [Braz] no exercício de suas funções”.
“A delação do Sr. Marcus Vinícius Azevedo da Silva é baseada em fatos que não condizem com a realidade, tanto é que o STJ anulou na semana passada o recebimento da denúncia fundada na versão dada pelo réu confesso que, para tentar barganhar qualquer benefício com a Justiça, tenta criar fatos que não ocorreram. Matéria pública.
A delação deve sempre ser lastreada em provas que se coadunem com a versão dada pelo colaborador, o que fica nítido não ser o caso específico, que possui narrativa vaga e imprecisa.
O senador Romário não responde pelas ações do secretário no exercício de suas funções. Ele reafirma sua confiança na Justiça e no inquestionável arquivamento da investigação.
Trata-se de um criminoso tentando se safar usando o nome do senador mais votado da história do seu estado.”
Marcos Braz, por sua vez, se mostrou surpreso com a acusação e não quis se manifestar.
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