O Flamengo contrata os melhores treinadores disponíveis no mercado e, meses depois, os transforma nos piores. Essa máxima começou a ser construída no momento em que o português Jorge Jesus foi embora.

Eu costumava dizer que o Flamengo do flamenguista não existe, que os rubro-negros têm mania de grandeza e sempre esperam mais do que o próprio time pode entregar, saudosos da época de Zico. O problema é que esse Flamengo dominante existiu em 2019, e, desde então, nada mais é o bastante.

Nunca foi fácil ser treinador do Flamengo, mas o nível de exigência com os técnicos rubro-negros aumentou absurdamente nos últimos cinco anos. Dorival Jr. ganhou uma Copa do Brasil e uma Libertadores da América, e, mesmo assim, acabou trocando por Vitor Pereira.

Ninguém presta mais

Rogério Ceni foi campeão brasileiro no comando do clube, mas também não foi suficiente, e deu lugar a Renato Gaúcho, que levou o time para uma final continental e, apesar de seus comandados terem jogado melhor na final de Montevidéu, perdeu para o Palmeiras e também acabou dispensado.

Também passaram por lá os estrangeiros Domènec Torrent, Paulo Sousa e Jorge Sampaoli antes de Tite assumir. E agora é o ex-treinador da seleção brasileira que se vê encurralado pela sombra de Jesus — e também pela responsabilidade imposta pelo maior orçamento do futebol brasileiro.

“A viuvez tem cura?”, pergunta-se Dr. J.B., diretor de A Marreta, o maior jornal do Brasil, na peça Viúva, Porém Honesta (Nova Fronteira), de Nelson Rodrigues. A viúva é Ivonete, filha do Dr. J.B., que não se senta desde que perdeu o marido com quem tinha acabado de se casar.

Um compromisso

“Uma virgem qualquer pode sentar e fazer outros papéis. Não uma viúva. Eu tenho um compromisso, afinal de contas”, explica-se Ivonete, devota do finado. A exemplo do que ocorre na farsa de Nelson, tento eu…

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