Roberto Campos lidera diálogo com Toffoli para garantir prerrogativas de novo órgão
O Antagonista apurou que Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, está liderando uma iniciativa de diálogo com o presidente do STF, Dias Toffoli, para garantir as prerrogativas da nova Unidade de Inteligência Financeira (UIF) - que substituiu o Coaf...
O Antagonista apurou que Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, está liderando uma iniciativa de diálogo com o presidente do STF, Dias Toffoli, para garantir as prerrogativas da nova Unidade de Inteligência Financeira (UIF) – que substituiu o Coaf.
Participam do esforço conjunto representantes da AGU, da PGFN e assessores do ministro Paulo Guedes. O entendimento é de que a edição da Medida Provisória que cria a UIF traz “conforto institucional” para que se chegue num “denominador comum”.
Como O Antagonista revelou mais cedo, Campos Neto está preocupado com a próxima rodada de avaliação do Gafi.
O órgão internacional, que fiscaliza ações de prevenção e combate à lavagem de dinheiro, enviou ao governo brasileiro uma carta com pedido de esclarecimentos sobre a atual situação.
A desconfiança surgiu justamente depois que Dias Toffoli restringiu o compartilhamento de dados financeiros com PF e MPF e suspendeu todas investigações abertas com base em informações do Coaf.
Uma avaliação negativa do Gafi pode prejudicar o rating do Brasil junto à OCDE e afetar até o comércio internacional do país. O presidente do Supremo estaria aberto a reanalisar a abrangência de sua decisão.
Para Toffoli, o Coaf (e agora a UIF) só poderia compartilhar movimentações financeiras globais.
A criação da UIF foi uma saída institucional sugerida pela equipe de Paulo Guedes, diante da escalada de ataques do STF, do TCU, do Congresso e até de parte da imprensa contra a influência de Sergio Moro no Coaf – o mesmo ocorreu em relação à atuação ‘lavajatista’ da Receita.
A gota d’água foi a polêmica liminar concedida por Toffoli a pedido da defesa de Flávio Bolsonaro, determinando a suspensão do processo contra o senador do PSL e de todos aqueles que tenham sido gerados a partir de dados fornecidos pelo Coaf.
A decisão de criar a Unidade de Inteligência Financeira foi tomada há cerca de dez dias e considerou que a maior parte das informações que municiam o Coaf são fornecidas pelos bancos e instituições financeiras, obrigadas a informar movimentações atípicas – como demonstram relatórios do próprio órgão.
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