Rita Lee é homenageada no Butantan com Víbora-de-Lábios-Brancos
Descubra "Menino Bonito", homenagem a Rita Lee no Butantan com víbora dos lábios-brancos.
Uma intrigante história se desenrola no Museu Biológico do Butantan, na cidade de São Paulo, onde uma víbora-dos-lábios-brancos, recentemente resgatada, foi carinhosamente apelidada em homenagem à icônica cantora brasileira Rita Lee, que nos deixou em maio de 2023. Este ser de olhos vermelhos e coloração azul rara, conhecido como Trimeresurus insularis, agora atende pelo nome de “Menino Bonito”.
Em uma jornada que se estende por estados, a serpente foi encontrada escondida em um ônibus vindo de São Paulo com destino à Bahia e, após um breve período no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Porto Seguro (BA), encontrou um novo lar em São Paulo. Com 65 centímetros de comprimento e pesando pouco mais de 60 gramas, “Menino Bonito” está agora se adaptando à nova residência, após dias de recusa para se alimentar e mover.
Como “Menino Bonito” está se adaptando a seu novo lar?
a pesquisadora Silvia Cardoso, coordenadora de manutenção animal do museu, compartilha que um espaço especial foi montado para a serpente, imitando seu habitat natural com galhos de árvores e vegetação. Os esforços para acalmar e adaptar a serpente ao seu novo ambiente parecem ter dado frutos, pois ela já começou a se alimentar e explorar o espaço com mais liberdade.
Por que Rita Lee foi a inspiração para o nome da víbora?
A ligação de Rita Lee com as serpentes, que transcende sua música “Erva Venenosa”, apresentada enquanto vestida de naja, e inclui o resgate de jiboias em um show de Alice Cooper em 1974, é celebrada com esta homenagem. A diretora do Museu Biológico do Butantan, Erika Hingst-Zaher, ressalta a influência de Rita Lee na cultura brasileira, particularmente no empoderamento feminino e no interesse pela ciência, destacando a “Menino Bonito” como uma metáfora para o que a cantora representou.
O que torna a Trimeresurus insularis tão especial?
Além da singularidade de sua coloração azul, que é rara e vista somente em algumas ilhas da Indonésia, a “Menino Bonito” possui uma cauda preênsil que lhe permite agarrar-se a galhos e capturar suas presas com eficiência. O herpetólogo Francisco Luís Franco, do Laboratório de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan, explica que a coloração é resultado de polimorfismo, variabilidade que ocorre por questões ambientais e evolutivas.
Contudo, essa beleza exótica vem com sua quota de riscos. O Brasil não possui soro para o veneno dessa espécie, o que torna seu tráfico e posse não apenas irresponsáveis, mas também perigosamente imprudentes. “Um grande perigo é que o soro contra seu veneno não está disponível no Brasil”, alerta Silvia Cardoso.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)