“Revelar, e não esconder informações”
A estratégia de Michel Temer no TSE é excluir do processo os depoimentos da Odebrecht e de João Santana.A manobra é vergonhosa, considerando que os ministros do TSE, seis semanas atrás, interromperam o julgamento justamente para ouvir o depoimento do marqueteiro de Dilma Rousseff...
A estratégia de Michel Temer no TSE é excluir do processo os depoimentos da Odebrecht e de João Santana.
A manobra é vergonhosa, considerando que os ministros do TSE, seis semanas atrás, interromperam o julgamento justamente para ouvir o depoimento do marqueteiro de Dilma Rousseff.
Seja como for, os fatos não vão desaparecer.
Leia o artigo de Joaquim Falcão, em O Globo:
“A tarefa da defesa então não é apenas explicar o passado. É antes evitar sua revelação. O que pode acontecer nas investigações, autos, mídias sociais, delações, na pressão da sociedade, vizinhos e familiares e por aí vamos.
É estancar o fluxo de informações. Criar um muro. Blindar o futuro contra o passado.
O problema é que com democracia, liberdade de comunicação e transparência judicial, muros de silêncio são, no máximo, peneiras.
Se assim é, se lhe parece, leitor, chefe da Polícia Federal, procurador-geral da República e ministro do Supremo se transformaram no alvo a ser conquistado. Não por motivos ideológicos ou partidários, mas pelas informações que detêm e podem ser transformadas em provas processuais. São a memória viva do passado que não viveram. Artífices do futuro, que pode ou não acontecer.
Estes cargos são vitais para a democracia. Daí a esboçada, mas já presente pressão para mudar ou desqualificar seus atuais ocupantes.
A sessão de 6 de junho do TSE é importante. Mais importante ainda é o dia 17 de setembro. Quando o procurador-geral da República, banco de dados humano na era tecnológica, deixará o cargo.
Ele e sua equipe já sabem muito mais do que foi revelado. Têm o dever de dar acesso ao Judiciário e aos cidadãos das informações, sobretudo diante de indevida pressão política. Se o eventual substituto da PGR vier, por exemplo, a ser engavetador de informações.
No estado democrático de direito, a missão dos órgãos de controle, Supremo inclusive, é revelar e não esconder informações. Dentro do devido processo legal e ampla defesa”.
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