RETROSPECTIVA 2022 | Lula, a Fênix
As eleições de 2022 não somente foram marcadas por uma disputa apertada entre Lula e Jair Bolsonaro, como pelo renascimento político do petista, após ter passado 580 dias presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba...
As eleições de 2022 não somente foram marcadas por uma disputa apertada entre Lula e Jair Bolsonaro, como pelo renascimento político do petista, após ter passado 580 dias presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, acusado de envolvimento no esquema de corrupção da Operação Lava Jato.
Ao deixar o Palácio do Planalto em 2011, com uma aprovação recorde, o petista pouco imaginava o que viria pela frente. Os anos seguintes foram duros para o PT. O partido enfrentou manifestações em 2013 e perdeu o poder em 2016, quando Dilma Rouseff (PT) foi afastada do cargo em um processo de impeachment.
Lula também sofreu. Passou a ser associado ao esquema de corrupção relevado pela Lava Jato, sendo apontado por investigadores como o líder de todo o estratagema.
Em 2018, o petista foi preso, após a decisão do então juiz Sergio Moro ter sido confirmada pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Com a decisão, o petista ficou fora da disputa daquele ano.
Para retornar aos palanques, no entanto, Lula precisou mais do que conseguir anular a condenação que pesava contra ele no Supremo. Tinha que reverter o sentimento do antipetismo que havia se espalhado pelo país e driblar políticos que buscavam cacifar-se como uma terceira via.
Ao longo da disputa eleitoral deste ano, Lula atuou para anular as candidaturas de Pablo Marçal (PROS), André Janones (Avante), Ciro Gomes (PDT) e até Simone Tebet (MDB).
Em outra linha de atuação, trouxe para o seu lado – como candidato a vice-presidente – o histórico tucano Geraldo Alckmin, outrora adversário político, que migrou de partido para chamar Lula de “companheiro”. Tudo em nome de uma suposta “frente ampla”.
Durante a campanha, Lula prometeu que não haveria “revanchismo”, mas ao confirmar a ampliação da Esplanada para 37 ministérios, também deixou claro, com as primeiras indicações, que os “fiéis” a ele durante o “exílio” seriam os primeiros da fila. E aliados de segunda ordem, como Simone Tebet, têm sido condicionados a pastas menos relevantes e de menor representatividade.
O governo Lula 3, ao que se vê, tem o clássico DNA hegemônico do PT.
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